A região, industrializada e com milhares de pequenas e médias empresas e inúmero projectos empreendedores, é fértil em exemplos empresariais de sucesso. Mas existem casos que, este ano, para nós, se destacaram.
É o caso da Francisco J. Dias, Unipessoal Lda que, depois de perder quase tudo se reergueu para mostrar que, como diz o proprietário, quando há vontade tudo se conquista.
Há cerca de dois anos as instalações fabris da empresa de Carvalhosa, Paços de Ferreira, foram reduzidas a cinzas. Num exemplo de perseverança, Francisco Dias ainda mal acabava de ver o trabalho de uma vida consumido pelas chamas para já pensar no passo futuro.
Apesar de um “tirar de tapete” inesperado, não baixou os braços e conseguiu, logo nos dias seguintes, arranjar um novo espaço e máquinas, colocar a empresa a laborar e cumprir com as encomendas, mantendo os 50 funcionários.
Mais que isso, continuou a apostar num crescimento sustentado e fez um investimento de 2,5 milhões de euros em novas instalações, inauguradas em 2018.
Esta frase de Francisco Dias resume tudo: “Quando vi que já não havia solução nenhuma já olhava para aquilo a arder e pensava o que é que ia fazer no dia a seguir. Eram 50 pessoas que estavam à espera da minha solução para saberem o que iam fazer. Eu já não podia olhar para trás. Era aquilo que eu queria e aquilo que sei e gosto de fazer e não havia outra situação que não por os pés ao caminho e tentar resolver o mais rápido possível”.
Empresa de Lousas de Valongo
Se há empresas que renascem das cinzas há outras que se vão reinventando e procurando novos caminhos e produtos. É o que acontece com a Empresa de Lousas de Valongo. Fundada em 1865 para abastecer a Inglaterra e os Estados Unidos da América de ardósia para telhados, pavimentos, revestimentos e pedras para bilhares, a empresa de Campo tem a pedreira mais antiga em actividade em Portugal e a maior exploração de ardósia a céu aberto no país, produzindo diferentes produtos, sendo 90% para exportação.
Mas a Empresa de Lousas de Valongo não ficou à sombra do sucesso alcançado, antes está a apostar em novos produtos que trazem soluções inovadoras. Em 2018 lançou um novo, que visa reaproveitar as toneladas de resíduos que diariamente resultam da extracção de ardósia que até agora eram depositadas nas pedreiras, numa aposta de inovação e na Economia Circular, que vai ainda reduzir uma despesa.
O novo compósito, chamado “Slatetec”, moldável e com novas possibilidades de utilização, vai envolver a criação de uma nova unidade industrial, com a remodelação de instalações já existentes, e a criação de postos de trabalho.
YogurtNest, Paredes
A região não é só feita de grandes empresas e projectos. Há empreendedores que lançam ideias premiadas, como Miguel Leal, que criou aquela que apresenta como a iogurteira multifunções mais ecológica do mundo, a YogurtNest. Numa tentativa de proteger o planeta eliminando milhares de embalagens de iogurte geradas diariamente, o empresário paredense desenvolveu um produto que conquistou um dos prémios do Norte Empreendedor, entre os mil empreendedores e empresários participantes.
A empresa do biólogo, que acredita no conceito de produzir e comprar local, pensando na sustentabilidade ambiental e na poupança de energia, produz uma iogurteira completamente “made in Paredes”, com tecidos comprados em Vandoma, o corte é feito em Gondalães e a concepção em Besteiros, estimulando a economia local.
Conheça os premiados das outras categorias:
Entidade Desportiva/Desportista do Ano