Câmara de Paços de Ferreira paga em média em 652 dias e a de Valongo em três

Relatório da DGAL divulga o prazo médio de pagamentos das autarquias da região no final de 2017

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A Direcção-Geral das Autarquias Locais lançou um novo relatório com o prazo médio de pagamentos dos municípios portugueses no final de 2017.

Na região há extremos. Paços de Ferreira surge como a segunda câmara municipal do país que mais tempo demora a pagar a fornecedores – em média 652 dias -, tendo aumentado o prazo em relação a 2016. Já o município de Valongo demora apenas três dias para liquidar as suas facturas e é o único dos cinco em análise que fica abaixo do prazo médio de pagamento das autarquias a nível nacional, que ronda os 33 dias.

Destaque para Penafiel que está no top 15 das câmaras que mais demoram a pagar: cerca de 220 dias. Lousada continua a ser das que mais rapidamente resolve os seus compromissos, mas praticamente duplicou o seu prazo médio de pagamentos. Em Paredes os fornecedores esperam cerca de 100 dias para receber.

Penafiel entre as 15 autarquias do país que mais demoram a pagar

Os dados das câmaras municipais de Paços de Ferreira e Paredes não são novos (embora os de Paredes tenham sido actualizados neste relatório) já que constavam do último documento da DGAL que apontava as autarquias do país que demoravam mais de 60 dias a pagar a fornecedores.

Agora, aquela entidade divulgou o relatório anual com o prazo médio de pagamentos registado (e reportado) por cada município no final do 4.º trimestre do ano anterior, ou seja, em 2017.

Prazo Médio de Pagamentos por município (em dias)
Municípios31/12/201431/12/201531/12/201631/03/201730/06/201730/09/201731/12/2017
Paços de Ferreira1.363957528515502386652
Penafiel184184291248205190220
Paredes*16217260535253100
Lousada34372323222143
Valongo21656533
* Os dados de Paredes foram actualizados em relação ao último relatório divulgado

Este novo documento coloca Paços de Ferreira como a segunda câmara municipal do país com o prazo de pagamentos mais elevado. Em média, neste município, as facturas demoram 652 dias a liquidar, mostram os dados. Este prazo é cerca de metade do que a autarquia pacense demorava a pagar em 2014, mas contempla já um aumento em relação aos valores atingidos no final de 2016, quando a média era de 528 dias. É também quase o dobro do que a câmara demorava a pagar em Setembro do ano passado quando conseguia resolver os seus compromissos em cerca de 386 dias, mostram os números.

O município de Paços de Ferreira é apenas suplantado pelo da Nazaré, também recorrentemente no topo destas listas, onde as facturas eram resolvidas, em média, em 821 dias, no final do ano passado. Entre as que demoram mais de 400 dias a pagar estão ainda Celorico da Beira e Portimão.

Mais abaixo, no top 15 das autarquias com prazo médio de pagamentos mais elevado surge a Câmara Municipal de Penafiel. Segundo a DGAL, a autarquia paga a fornecedores, em média, a 220 dias, um prazo que foi oscilando ao longo do ano passado e que é, ainda assim, inferior ao registado no final de 2016.

Com um prazo bastante inferior, mas que ainda coloca a câmara no top 35 das que mais demora a pagar, está Paredes. No final do ano passado esta autarquia liquidava os seus compromissos em cerca de 100 dias, prazo que aumentou quase o dobro em relação ao ano anterior.

Lousada mantém-se como uma das câmaras da região que mais rapidamente paga as suas contas, mas também este município viu o seu prazo médio de pagamentos aumentar. Entre o final de 2016 e Setembro de 2017 esta autarquia pagava entre 23 a 21 dias. Esse prazo aumentou no último trimestre do ano passado para cerca do dobro: 43 dias.

O município que menos demora a pagar continua a ser Valongo, sendo que o prazo ainda desceu relativamente ao ano anterior, passando de cinco dias para os actuais três dias.

Recorde-se que um relatório recente do Conselho das Finanças Públicas tinha colocado as autarquias de Penafiel, Paços de Ferreira e Paredes entre as que têm maiores montantes de pagamentos em atraso a fornecedores, entre os 5,4 e os 11,9 milhões de euros, e Paços de Ferreira como uma das 27 autarquias com excesso de endividamento.