O executivo socialista da Junta de Freguesia de Caíde de Rei, liderado por Adão Moreira, “pouco tem feito” pela freguesia nos últimos três anos e essa “inoperância gritante” tem prejudicado o desenvolvimento da localidade, acusa o PSD Lousada.
O presidente da comissão política, Simão Ribeiro, realizou uma visita à freguesia, juntamente com Luís Peixoto, membro da Assembleia de Freguesia, e Rúben Leite, dirigente da JSD e do PSD, e defende que “embelezar rotundas, construir uma casa mortuária ‘provisória’, pagar por um parque de estacionamento para servir a CP/IP, entre outras, é muito pouco para uma junta de freguesia da mesma cor partidária do executivo do município”.
“Caíde merece e precisa que sejam executadas obras de requalificação da Avenida Padre Fernando Carvalho e Rua do Pedregal (área envolvente à igreja), uma vez que se trata da zona central da freguesia (igreja, auditório paroquial, junta de freguesia, cemitério, serviços) que está cada vez mais abandonada. É preciso repensar a circulação automóvel, criar passeios, apostar em áreas verdes e de lazer, concretizar a eletrificação subterrânea, modernizar aquela zona, tal como tem acontecido em outras freguesias do concelho”, defende o social-democrata em nota de imprensa. A par disso, pedia intervenção na Rua do Mouro, o principal acesso ao Centro Escolar e escola EB 2,3, e a conclusão da ligação da Rua Prof. Fernando Trigo (rua do Centro Escolar) à Avenida da EB 2,3.
Simão Ribeiro apela ainda à necessidade de criação de um parque de lazer na freguesia e que “a tão aguardada pista de pesca desportiva” saia do papel.
Critica ainda a “indiferença da Junta de Freguesia” por não desenvolver mais acções junto da população e empresas, seja de sensibilização, seja de oferta mais alargada de materiais de protecção”, nesta altura de pandemia.
O PSD Lousada argumenta também que não está a ser explorado o potencial turístico, associativo e cultural de Caíde de Rei. “Sentimos que a junta de freguesia, liderada por Adão Moreira, não tem dado o devido valor a todas as instituições/associações, e salientamos que apoiar não é necessariamente dar dinheiro. Se fossem unidos esforços, a actividade, projecção e visibilidade da freguesia sairiam a ganhar, já que o executivo pouco faz a nível de iniciativas próprias. Caíde tem uma identidade invejável que merecer ser valorizada e recuperada”, refere comunicado.
Contactado, o autarca Adão Moreira não quis comentar estas críticas.
Zona Industrial de Caíde de Rei para quando?
Entre as notas deixadas por Simão Ribeiro está ainda o Centro Empresarial e Tecnológico de Caíde de Rei (zona industrial), sendo que “em 30 anos de promessas pouco se concretizou”. “Não podemos esquecer que a freguesia tem excelentes acessibilidades rodoviárias e ferroviárias que fariam daquela zona industrial um grande polo de investimento e empregabilidade, se ao longo dos anos tivesse merecido a devida atenção da Câmara. Para quando a criação definitiva das acessibilidades adequadas e respectivo loteamento para captar investimento?”, pergunta o líder do PSD Lousada.
O Verdadeiro Olhar contactou o presidente da Câmara que critica esta postura do partido da oposição que dá “uma prova de vida semanal, procurando acautelar a sua sobrevivência política e dar a conhecer à população um possível candidato à câmara”.
“O PSD sabe perfeitamente que a requalificação da Rua do Mouro e a construção da Zona de Acolhimento Empresarial de Caíde são duas obras que vão avançar a curto prazo, porque os projectos foram aprovados em reunião de câmara e as obras estão inscritas no orçamento municipal, e quer ficar com méritos que não tem na sua realização”, sustenta Pedro Machado.
“Quanto à Zona de Acolhimento Empresarial de Caíde, o PSD sabe que está ultrapassado o problema mais difícil de resolver – e que obstou a que esta obra se realizasse mais cedo –, que se refere à legitimidade do município para intervir nos prédios envolvidos, pois foram aprovados em reunião de câmara e assembleia os contratos de aquisição desses prédios. O PSD também sabe que só falta a aprovação final da candidatura apresentada ao Norte 2020 para se lançar o concurso público, o que se prevê que aconteça a muito curto prazo”, esclarece ainda o edil lousadense.
Quanto à Rua de Mouro, foi hoje publicado em Diário da República o concurso público para a empreitada, superior a 265 mil euros.