Há muitas pessoas que sofrem em silêncio com “doenças invisíveis”, como Lúpus, Fibromialgia, Doenças Inflamatórias do Intestino ou doenças Reumatóides. Carla Soares, de Sobreira, também passou por isso, enquanto se debatia para aceitar a doença de Crohn, uma doença inflamatória do intestino que lhe foi diagnosticada há cerca de 10 anos, e o facto de ter de ser ostomizada (viver com um saco externo para onde são direccionadas as fezes). “As pessoas não entendem o que estes doentes sofrem por isso também não ajudam”, acredita a jovem de Sobreira, Paredes.
Um dos principais sonhos de que teve de abdicar foi o de ser socorrista na Delegação de Sobreira da Cruz Vermelha Portuguesa. Agora, que “está de volta ao activo”, como voluntária, ela, juntamente com a Cruz Vermelha e a Juventude Cruz Vermelha da Delegação de Sobreira, criaram um projecto para consciencializar crianças e jovens para estas “doenças invisíveis”.
Criaram uma mascote, a Esperança, que vai “andar por aí” a mostrar a realidade sobre a vida “que não é um momento estático, mas um dia-a-dia dinâmico onde, muitas vezes, nos acontecem coisas que os outros nem sempre percebem e onde nem tudo o que temos deve ser razão para deixarmos de ser quem somos e fazer o que queremos”.
“A Esperança representa-me a mim, um exemplo de alguém com a minha doença, que depois vai contar uma história de vida, em várias situações, como indo a prevenções, fazendo urgências, participando em actividades da juventude, fazendo actividades diversas, para mostrar que é possível Tudo para sensibilizar, tudo para consciencializar a população E dar força e motivação para quem tem estas doenças, dizer que é possível”, explica Carla Soares. Nas redes sociais serão partilhadas histórias de pessoas reais.
“Todos somos heróis cada um com a sua peculiaridade, porque para se ser herói não há uma lista de pré-requisitos à qual tenhamos de nos encaixar, porque ser herói é um estado de espírito e qualquer um de nós pode ser herói no seu dia-a-dia”, defende ainda.