Na região, como no país, Marcelo Rebelo de Sousa venceu as eleições presidências de forma expressiva. E ganhou sozinho, sem depender dos partidos. Na verdade, foram os partidos que o procuraram para surgirem ao seu lado.
Dentro dos vencidos, uns foram menos perdedores do que outros. Desses, o menos derrotado foi André Ventura. Goste-se ou não, se não tivesse traçado como seu objectivo ficar em segundo lugar, estaria a cantar vitória. Mesmo assim, o resultado é muito expressivo e alarmante para os partidos de direita.
Ana Gomes é uma das maiores derrotadas. É verdade que conseguiu, por umas décimas percentuais, impedir que André Ventura conseguisse o segundo lugar, mas não atrapalhou em nada o trajecto vitorioso de Marcelo Rebelo de Sousa e ainda teve menos de metade dos votos de Manuel Alegre ou de Sampaio da Nóvoa.
No que toca aos grandes perdedores, Marisa Matias fica com a maior fatia da derrota. Ficou aquém dos números de há cinco anos e ainda atirou culpas – espante-se! – para o PS.
João Ferreira consegue melhorar o resultado do candidato do PCP de há cinco anos, mas mesmo assim com uma desastrosa prestação. Para agravar o resultado, no Alentejo, onde o PCP costuma ser rei e senhor, o candidato comunista ficou atrás do candidato do Chega.
Tiago Mayan Gonçalves conseguiu um bom resultado, mas muito longe do vendaval liberal que se anunciava.
Já Vitorino Silva ficou em último, mas ganhou às sondagens que lhe davam resultados inexpressivos.
Uma nota final. Ler os resultados destas eleições presidenciais em cada um dos concelhos da região e tentar tirar conclusões para o combate autárquico que se aproxima é, para além de um exercício patético, intelectualmente desonesto.