Na Pastelaria Vila Beatriz, em Ermesinde, há um segredo, que não chega a ser um segredo. Ali tudo é feito seguindo as receitas tradicionais. Variedade também não falta e é visível nas montras do estabelecimento. O difícil para os clientes por vezes será escolher.
São afamados por vários produtos, conta Marcos Vieira, que sempre trabalhou nesta área e gere o negócio de família com o irmão. De destacar as natas, o pão-de-ló, o bolo rei, os lanches e sobretudo os croissants, um dos produtos mais procurados. Ao fim-de-semana chegam a produzir 1500.
O ambiente é familiar e muitos dos clientes são fiéis. Para que nada falhe os 14 funcionários e os proprietários não têm mãos a medir, dia e noite.
“Não há nenhum ingrediente que vá fazer a diferença. É tudo feito de forma tradicional”
A Pastelaria e Padaria Vila Beatriz já existia quando, há 14 anos, o pai Jerónimo Silva Vieira pegou no negócio e depois o passou a Marcos Vieira e ao irmão Fábio Fonseca Vieira. “Trabalho neste ramo desde os meus 17 anos, sempre trabalhei nisto. Trabalhei para o meu pai noutros estabelecimentos que ele teve e depois compramos este estabelecimento e foi mais aquele negócio familiar. É do meu pai, meu e do meu irmão”, explica o gerente.
No início ainda hesitou, mas depois decidiu enveredar pelo ramo. “Hoje gosto muito do que faço”, sustenta Marcos Vieira, que está sobretudo no atendimento ao balcão, mas que nas épocas altas também mete a mão na massa. “É uma parte que gosto muito, é das épocas que mais adoro trabalhar, sem dúvida alguma. Há o stress e não pode falhar nada, mas dá-me gozo”, confessa.
O negócio tem crescido. Conta com 14 funcionários e sofreu um lavar de cara com reformulação de todo o espaço no ano passado. Mantém-se uma casa de referência na freguesia de Ermesinde e no concelho de Valongo”, garante.
A aposta é simples: produtos tradicionais, com boas receitas, e variedade, tanto na parte de pastelaria como de padaria. “O mercado exige isso. Na parte da padaria há hoje a procura pelos pães saudáveis, por exemplo, e nós tentamos ter sempre um pouco de tudo”, assegura.
“Depois temos produtos de referência como os nossos croissants, que são muito bons, como é dito pelos clientes”, atesta Marcos Vieira. São muito vendidos, atingindo picos ao fim-de-semana. “Chego a vender 30 tabuleiros de croissants. Entre o sábado e domingo são para cima de 1500 croissants vendidos”, explica.
Mas os produtos que atraem os clientes não se esgotam aí. Há as natas, o pão-de-ló, o bolo rei, os lanches e as rabanadas que fazem quase durante o ano inteiro.
“No fundo não há um segredo, o segredo é o tradicional. Não há nenhum ingrediente que vá fazer a diferença. É tudo feito de forma tradicional, seguindo uma receita tradicional”, sustenta Marcos Vieira. Ali não entram preparados já que a aposta é na qualidade. “95% dos produtos que estão ali naquela montra são produtos feitos de raiz aqui. Não compramos nada de congelados fora”, garante. A isso acresce a competência dos funcionários já que, alega, não basta seguir uma receita.
A casa é muito procurada, a qualquer hora do dia, e há uma clientela já fidelizada que não se importa de, muitas vezes, “esperar um bocadinho”. “Temos clientes daqui da zona e também de fora. Nesta altura do Natal temos vários clientes que nos procuram principalmente por causa do pão-de lo, bolo rei, rabanadas e pudins. Temos vários tipos de bolo rei, desde o normal ao recortado, escangalhado, rainha ou de chocolate”, refere o proprietário.
Valongo é cada vez mais conhecido como terra da regueifa e biscoito
Uma das apostas da Vila Beatriz tem passado por participar na Feira da Regueifa e do Biscoito promovida em Valongo. “No primeiro evento tiramos o primeiro prémio da regueifa e já tiramos o terceiro. Temos participado todos os anos”, salienta Marcos Vieira, lamentando não poder ter um stand diariamente no certame por acontecer numa época de muito trabalho e em período de férias dos funcionários. “É um evento que realmente vale a pena e que é óptimo para o nosso concelho. Ajudar a divulgar Valongo por esse país fora e que mais pessoas venham cá”, acredita.
O evento permite divulgar a casa e os produtos. “Hoje noto que quando me perguntam onde é o estabelecimento e digo que é Ermesinde me dizem ‘ah é de Valongo, da terra da regueifa e do biscoito’. Antigamente as pessoas não criavam muito essa associação. Com a Feira da Regueifa e do Biscoito já se começa a ouvir falar e com certeza que se vai falar mais”, sustenta o sócio-gerente da Vila Beatriz. “Acho que vamos no bom caminho”, assegura.
Funcionários são essenciais
Marcos Vieira reconhece que o sucesso passa também pelos funcionários, que mantêm a padaria e pastelaria a funcionar desde madrugada até ao final do dia. “É preciso dar valor a estes padeiros, pasteleiros e ajudantes. Sem eles nada feito”, garante.
Alguns trabalham ali há vários anos. É o caso de Rosa Alves, que faz um pouco de tudo, e da pasteleira, a dona Beatriz. “Às vezes ajudo o padeiro, mas estou mais nas arrumações e nas limpezas. Aqui não se para. Trabalha-se o dia todo. Das 2h00 da manhã às 20h30”, conta Rosa. “Gosto de trabalhar aqui. É um bom ambiente e um espírito familiar”, atesta, com a concordância de Beatriz. Glória Moreira trabalha no atendimento e diz que todos os dias há movimento, embora os dias de fim-de-semana sejam de “mais correria”. “Gosto de trabalhar aqui e nesta área”, afirma.