Os peregrinos dos ‘Caminhos de Santiago’ vão poder atravessar o município de Valongo nos próximos meses, devido à revitalização dos antigos itinerários, avança a Câmara Municipal.
O projecto desta intervenção está a ser desenvolvido desde Dezembro e conta com a colaboração do Centro de Estudos Jacobeus.
De salientar que, no século XX, os Caminhos de Santiago já passavam em Valongo depois de uma primeira sinalização na década de 1990, feita pelo Clube Unesco da Cidade do Porto.
Este fim-de-semana foi feita mais uma etapa de remarcação entre os parques da cidade de Valongo e São Lázaro, em Alfena. Em sentido contrário ao ‘Caminho de Santiago’, encontra-se a ser sinalizado também o ‘Caminho de Fátima’, “a cor azul, com vista a oferecer aos peregrinos, que se dirigem a sul, caminhos alternativos às estradas nacionais”, explica a edilidade.
Já a etapa anterior, procedente de Arrifana, já conta com a remarcação concluída na parte inicial, “graças à ajuda de voluntários”. A jusante do concelho de Valongo, está, igualmente, “marcado nos concelhos de Santo Tirso e Famalicão, onde, na igreja da Portela, faz ligação ao caminho que segue do Porto em direção a Braga”.
A revitalização deste traçado vai imprimir uma nova dinâmica ao turismo. A autarquia aponta pontos de interesse do município como sejam a Igreja da Santa Rita, em Ermesinde, “um dos maiores santuários do país e ponto de peregrinação”, assim como a Matriz de Valongo, “um imponente edifício construído com os impostos do pão”.
A edilidade destaca ainda a lousa ou ardósia, “cuja extração se mantém, ainda hoje, na freguesia de Campo, e é visível a partir de vários miradouros no Parque das Serras do Porto”. Também o brinquedo tradicional em madeira, produzido pelas mãos de vários artesãos, nas freguesias de Ermesinde e Alfena, é ponto de interesse para os visitantes.
Pela gastronomia, “a regueifa a iguaria mais famosa”, que até deu ao concelho o nome de “Terra do Pão”, espera os peregrinos “aos fins-de-semana nas tradicionais padarias de Valongo”. Provar os biscoitos típicos das biscoitarias da região como os “cacos, torcidos, milhos, fidalgos, entre muitas variedades” é outra das sugestões, a par com uma visita à Oficina da Regueifa e do Biscoito de Valongo, onde poderá conhecer um pouco da história local ligada à panificação. Ali, os visitantes podem “confecionar o seu próprio biscoito, metendo as mãos na massa”, conclui a Câmara Municipal.