Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

Dois elementos do movimento Unidos pelo fim do aterro no concelho de Valongo –constituídos como associação sob o nome Jornada Principal – abordaram, esta manhã, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, em Ermesinde, pedindo o encerramento do aterro de resíduos não perigosos da Recivalongo, em Sobrado.

Envergando t-shirts pretas e segurando uma faixa negra, os populares apelaram ao governante que analise o tema.

“Viemos dizer ao senhor ministro que não estamos contentes com o aterro porque foi criado para inertes e neste momento recebe resíduos industriais de qualquer parte do mundo. Nós não sabemos o que está lá a entrar”, queixava-se António Vale.

“Há cheiros nauseabundos horríveis e no Verão há mosquitos que picam as pessoas. E sabemos que há amianto a ser depositado lá de qualquer forma. É horrível viver em Sobrado”, acrescentava o morador.

António Vale adiantou que pediram a Matos Fernandes que analise todo o processo porque “existem casas e uma escola a 300 metros quando a lei em vigor diz que os aterros não podem ser construídos a uma distância inferior a 500 metros”. “Viemos dizer ao senhor ministro que deve encerrar o aterro e ponderar tudo isto porque está a causar transtornos a uma população que não incomodou ninguém”, apontou.

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

Em resposta, o governante terá dito que ia entrar em contacto com as entidades competentes na área do Ambiente para dar uma resposta. “Mas não pode haver outra decisão que não encerrar o aterro porque não cumpre a lei”, acredita António Vale.

A associação, que já organizou uma caminhada com 1200 pessoas e tem prestado esclarecimentos junto da população, tem a decorrer uma petição que quer entregar à Assembleia da República no próximo mês. “Temos mais de 3000 assinaturas, queremos chegar às 4500 a 5000 para realmente termos peso”, referiu António Vale.

Aos jornalistas, à margem do Fórum da Mobilidade em que participou, Matos Fernandes disse que vai pedir esclarecimentos. “Vou ligar hoje à CCDR Norte para perceber o que pode ser feito na gestão deste aterro”, prometeu.

Recorde-se que a população tem vindo a protestar e a queixar-se dos maus cheiros, das pragas de mosquitos e dos possíveis futuros impactos na água e na saúde causados pelos resíduos ali depositados.

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A Câmara de Valongo e a Jornada Principal também já anunciaram que vão tentar o encerramento do aterro por via judicial, através de uma acção popular em tribunal.

A Recivalongo, que explora o espaço, e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) já asseguraram que tudo funciona dentro da legalidade.