Apesar de já estar a funcionar desde janeiro de 2021, só hoje à noite, a partir das 21h00, é que vai ser inaugurada oficialmente a Oficina da Regueifa e do Biscoito, um “símbolo” da identidade do município que está associado à arte ancestral da panificação.
O edifício pretende ser uma homenagem a “todos os padeiros e biscoiteiros que construíram a história desta terra”, sublinha a autarquia em comunicado, explicando que, a pandemia adiou a inauguração do espaço que, entretanto, e apesar das limitações iniciais já recebeu mais de “50 mil visitantes”.
Localizada no Largo do Centenário, o espaço cultural tem mais de 500 metros quadrados de área expositiva, onde o visitante pode contar com uma área audiovisual 3D, integrada na exposição “Do Grão ao Pão”; e uma outra mais interativa, com jogos, dedicada ao fabrico do biscoito de Valongo. Inclui ainda o espaço ‘Mãos Na Massa’, onde os visitantes podem participar no processo de fabrico do biscoito.
Este equipamento cultural resulta da reabilitação do edifício, até então devoluto, do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Valongo e do Teatro Oliveira Zina, cuja construção remonta a 1907. A obra, que contou com o financiamento do programa comunitário Norte 2020, implicou um investimento global de mais de três milhões de euros, incluindo a aquisição do edifício.
Para além das visitas guiadas e livres, a Oficina promove um conjunto de atividades como recriações históricas, showcooking’s com chefs convidados, workshops temáticos e para famílias, tertúlias, atividades de degustação, teatros, sessões de cinema e exposições temporárias. A edilidade salienta ainda as atividades fora de portas, designadamente as rotas exteriores – Rota do Grão ao Pão e a Rota das Padeiras, os Peddy paper’s e Caça à Regueifa, bem como a coorganização da Feira da Regueifa e Mercado Oitocentista.
Hoje a inauguração inclui um espetáculo de videomapping na fachada do edifício, assim como o lançamento do livro «Valongo. Uma história do Pão», da autoria da investigadora Olga Cavaleiro.
Para o autarca José Manuel Ribeiro, a Oficina da Regueifa e do Biscoito projeta “um invulgar património ligado à panificação, desde o roteiro do grão ao pão que liga moinhos de água e de vento, antigas e atuais padarias e biscoitarias na zona histórica, até à marcante Feira da Regueifa e do Biscoito”, recordando que “a panificação em Valongo é uma tradição muito antiga, que surgiu há pelo menos 500 anos, tendo sido os principais fornecedores de pão ao Porto durante séculos”. Como era uma ‘arte’ esquecida, este investimento visou “despertar toda uma comunidade e suas gentes criativas e talentosas para contarem uma história única, invulgar e inesquecível a quem nos visita”, concluiu o autarca.