“Nem empreitada, nem empreiteiro, nem dinheiro”. É desta forma que os vereadores do PSD reagem à decisão da maioria socialista na autarquia de Valongo em rescindir o contrato com o empreiteiro responsável pela obra da Casa da Democracia por incumprimento.
A decisão que foi aprovada hoje, em reunião extraordinária do executivo, mas os eleitos sociais democratas votaram contra.
Numa nota enviada ao Verdadeiro Olhar, o PSD apelida a obra de “estranha, caríssima e abandonada”, elencando que o autarca de Valongo apenas quer “construir um novo e enorme edifício” para “lá deixar para a eternidade uma placa de inauguração com o seu nome”.
A oposição acusa ainda a maioria de investir num projeto com derrapagens sucessivas: “começou com seis milhões de euros, rapidamente subiu nove milhões”, continuou até aos “11milhões de euros, até chegar aos 13”, mas “o concurso ficou deserto”.
Perante isto, acusam o autarca, José Manuel Ribeiro, de ter insistido em manter o projeto com uma redução de preço – passou para os 10,9 milhões, com a obra a ser adjudica a um “único concorrente” que se apresentou no concurso público.
O PSD não deixa de recordar que, e durante a campanha eleitoral, alertou para o facto de o projeto poder terminar nos “20 milhões”. Ora, e tendo em conta os últimos acontecimentos, “somando terreno, arranjos exteriores, equipamentos e mobiliário, acreditam que o presidente da Câmara não fará por menos”.
Os vereadores do PSD dizem ainda que apresentaram ao executivo municipal uma proposta para que fosse efetuada “uma auditoria à empreitada, que permitisse fixar corretamente o valor do esqueleto erigido”, e todos os procedimentos realizados até agora, mas a ideia esbarrou na maioria socialista. Uma atitude que os sociais democratas justificam pelo facto de José Manuel Ribeiro não permitir que “alguém, terceiro à autarquia possa vasculhar orçamentos, autos de medição e adiantamentos”.