Valongo: Jovens já patrulham a serra a cavalo à procura de incêndios e a sinalizar lixo

São cerca de 30 e percorrem as Serras de Pias e Santa Justa até Setembro. Projecto do Centro Hípico de Valongo, que conta com o apoio da Câmara Municipal, acontece há vários anos.

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A fazer prevenção de incêndios e a sinalizar e a recolher lixo, cerca de 30 jovens e adultos voltam a patrulhar, até Setembro, as Serras de Pias e Santa Justa em Valongo.

O projecto “Vigia a Cavalo”, do Centro Hípico de Valongo, que conta com o apoio da Câmara Municipal de Valongo e também decorre em parceria com o Instituto Português do Desporto e da Juventude, já acontece há oito anos. “Infelizmente todos os anos detectamos incêndios. No ano passado foram identificados cinco a seis focos”, explica Miguel Brandão, responsável pelo centro hípico.

Em Valongo, há um território florestal de 4.300 hectares, representando mais de metade da superfície total do concelho. Parte desse território, cerca de 1.100 hectares, está classificado como Área de Paisagem Protegida de Âmbito Local, integrando uma área de 800 hectares que apresenta habitats e espécies de flora e fauna protegidas e, por isso, englobada no Sítio de Importância Comunitária “Valongo” da Rede Natura 2000, justifica o protocolo entre a autarquia e a instituição, lembrando que estas serras integram o Parque das Serras do Porto e é da “responsabilidade de todos zelar pela protecção e defesa das áreas florestais”.

O documento alega ainda que “a vigilância é uma parte importante das acções de prevenção de incêndios florestais” e que “todos os anos, com maior ou menor intensidade, o flagelo dos incêndios florestais assola parte deste património sensível”.

Por isso, a Câmara Municipal de Valongo apoia estas patrulhas diárias de vigilância, entre Julho e Setembro, com cerca de 4.500 euros. Fornece ainda um telemóvel à equipa de vigilância para ser utilizado nas comunicações com o serviço de Protecção  Civil municipal de Valongo e os corpos de bombeiros, assim como binóculos e coletes reflectores, para serem utilizados pelas equipas de vigilância na detecção dos locais de incêndio.

Durante as férias lectivas, os jovens assumem esta função de vigilantes. Para tal, explica Miguel Brandão, receberam formação da Protecção Civil para saber como reagir e alertar as autoridades em caso de incêndio. Fazem patrulhas várias vezes ao dia, em equipas compostas por seis adultos e quatro crianças.

“Este projecto começou há oito anos e tem sempre evoluído. Conta com o apoio da autarquia, do IPDJ, da junta de freguesia e do centro hípico, que dá a formação e acolhe os jovens voluntários. Fazem as vigias a cavalo e identificam pontos de lixo que depois é recolhido. Também levam água para regar árvores plantadas em anos anteriores”, refere o responsável pelo centro hípico.

Muitos dos participantes são já repetentes. “Os mais velhos ensinam aos mais novos e há meninos que regressam todos os anos. Temos um caso em que começou aos 10 anos e agora tem 18. Já conhece todos os pontos e coordenadas e isso é uma mais-valia para nós”, reconhece.

Sobre o lixo encontrado, Miguel Brandão sustenta que 80% são garrafas de água e embalagens de iogurte além de electrodomésticos depositados na serra.

Parte do trabalho do centro hípico passa pela sensibilização ambiental destes jovens.