“Devolver o espaço público às pessoas e retirar a velocidades aos automóveis”, foi um dos objectivos que a autarquia de Valongo se propôs atingir, há oito anos, quando tomou conta dos destinos do município. E tem conseguido, pelo menos essa foi a garantia deixada pelo vereador com o pelouro do Urbanismo da Câmara Municipal, numa intervenção na última Assembleia Municipal, onde foram debatidas as políticas locais de urbanismo. Paulo Esteves Ferreira explicou que a autarquia tem trabalhado para que as pessoas “se sintam em casa” e quando saírem, não procurem outros locais, mas “usufruam do espaço público” aqui existente.
O vereador falava após a intervenção do Chega, que acusou a maioria PS de dizer uma coisa e fazer outra, no que diz respeito a esta matéria. Jorge Silva defendeu que “está na moda falar-se em devolver a cidade aos cidadãos”, mas isso é algo que não acontece em Valongo, acusou. Na sua intervenção, o deputado defendeu o encerramento ao trânsito dos centros urbanos locais, sendo apenas permitido “a moradores e a veículos de emergência”.
O deputado municipal também disse ser apologista da “construção de parques de estacionamento subterrâneos em pontos estratégicos da cidade”, uma vez que “a superfície deverá ser de uso das pessoas”. E foi mais longe ao afirmar que Ermesinde deveria seguir “uma política sem carros 365 dias” por ano. E até apontou como exemplo a cidade espanhola de Pontevedra, onde o trânsito foi retirado do centro.
Paulo Esteves Ferreira discordou, lembrando que, quando o executivo PS tomou conta dos destinos do concelho, Valongo era simplesmente uma “cidade dormitório”, e a autarquia mudou esse paradigma ao devolver aos seus habitantes o “orgulho” de viver neste município.
E o Plano Director Municipal (PDM) é prova disso, porque “durante 15 anos andou a marinar” e foi no executivo liderado por José Manuel Ribeiro que se “falou pela primeira vez em mobilidade”. E a propósito, falou dos planos de acessibilidade e mobilidade que “estão em curso” no concelho e que foram pensados para “15 anos”.
Por outro lado, Paulo Esteves Ferreira disse que ninguém pode esquecer o facto que o actual executivo completou dois mandatos, mas no primeiro se viu obrigado a resolver contas, porque a Câmara foi deixada “num colete de forças financeiro”. Resumindo, nos primeiros quatro anos, além de resolver problemas herdados, a acção dos socialistas centrou-se na execução de um plano imaterial, onde se incluiu, por exemplo, a criação da marca de Valongo.
Assim, nestes mandatos, além das obras, “estamos a devolver a cidade às pessoas”, criando “corredores de segurança na malha urbana”. Já para não falar no investimento que está a ser feito na “construção de passeios e nas acessibilidades”,. tendo sempre em vista “tornar a cidade mais inclusiva”, sobretudo para quem tem mobilidade reduzida”, destacou o vereador que acusou o representante do partido Chega de “estar desatento” ao que se passa no município.
Sobre a sugestão de Jorge Silva da retirada dos automóveis dos centros das cidades, Paulo Esteves Ferreira avisou: “não vamos seu ingénuos” e achar que isso é possível”, porque representam o “conforto de muitas pessoas”. Mas sendo um hábito ou não, é certo que essa transformação “não vai acontecer”. Para além disso, se “fossemos construir todos os parques subterrâneos propostos (pelo Chega) Valongo virava um estaleiro”, ironizou o vereador.
A terminar, o representante da edilidade frisou que a autarquia de Valongo actua em consonância com a população, porque “as pessoas têm que testar” o que está pensado pelo executivo”. “Não vamos impor nada”, concluiu.
Não estão a tirar o trânsito do centro de Valongo, estão sim a potenciar os incidentes e a complicar o escoamento das viaturas e a gastar dinheiro em estreitar vias que seria melhor empregue na melhoria e segurança dessas vias.
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