Enquanto a média nacional é de 12,8 pessoas infectadas com COVID-19 por cada 10 mil habitantes, há 34 concelhos que ultrapassam, em muito, esses valores. Um deles é Valongo, com mais do triplo de casos (40,8), demonstram dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Recorde-se que o concelho tem já, pelo menos, 491 infectados.
“A 7 de Abril de 2020, em Portugal, por cada 10 mil habitantes existiam 12,8 casos confirmados de COVID-19. O número de casos confirmados com a doença COVID-19 por 10 mil habitantes foi acima do valor nacional em 34 municípios e, deste conjunto, 23 pertenciam à região Norte. A leitura da relação entre o número de casos confirmados por 10 mil habitantes e a proporção de população residente com 65 e mais anos destaca um conjunto de 13 municípios com valores acima da média nacional em ambos os indicadores”, descreve o INE.
No Norte, destaca-se um conjunto de municípios contíguos da Área Metropolitana do Porto com mais de 30 casos confirmados por 10 mil habitantes: Valongo, Porto, Maia e Gondomar. Em Valongo há registo de 40,8 casos confirmados por cada 10 mil habitantes, mais de três vezes a média nacional.
Com valores mais baixos mais ainda assim acima da média do país estão Lousada (19,8), Paços de Ferreira (19,8) e Paredes (13,1). Em Penafiel esse índice é de apenas 8, abaixo da média nacional, mostram as contas do INE.
A nível nacional destacam-se dois municípios, Ovar e Resende, com mais de 50 casos por 10 mil habitantes.
O INE cruza ainda os dados com a densidade populacional. “Dos 34 municípios com um número de casos confirmados por 10 mil habitantes acima do valor de Portugal, 26 apresentavam também valores de densidade populacional acima da média nacional. Deste conjunto de 26 municípios, destacavam-se, com mais de 30 casos confirmados por 10 mil habitantes os municípios de Ovar (50,3) na Região de Aveiro e os municípios de Valongo (46,8), Porto (46,8), Maia (35,0) e Gondomar (33,5) na Área Metropolitana do Porto”, lê-se no documento.
No que toca a regiões (NUTS III), o INE destaca a Área Metropolitana do Porto (23,2 casos confirmados por 10 mil habitantes), a Região de Aveiro (18,6) e o Cávado (15,2) por registarem simultaneamente um número de casos confirmados por 10 mil habitantes e valores de densidade populacional acima da referência nacional. Entre as 16 regiões com um número de casos confirmados por 10 mil habitantes e densidades populacionais abaixo da referência nacional, está o Tâmega e Sousa, com 12,1 infectados por 10 mil habitantes (a média nacional é 12,8).
O Instituto Nacional de Estatística apresenta ainda dados sobre a mortalidade total no país em Março, em comparação com os anos de 2019 e 2018, concluindo que os números mostram que morreram mais 233 pessoas que no mesmo período de 2019 e menos 277 quando se compara com o mesmo mês de 2018.
Refere também que quando a análise é feita por grupo etário, há um aumento de óbitos em idades mais elevadas e uma redução no número de óbitos nas idades inferiores a 75 anos. “Naturalmente, para além do impacto directo da pandemia no sentido do aumento do número de óbitos, do impacto indirecto, em consequência de uma maior vulnerabilidade associada a outras doenças, e colateral, pelo efeito de uma menor propensão de recurso aos serviços de saúde por pessoas com doenças de risco, é possível que se registe um impacto de sinal contrário, associado nomeadamente à redução de acidentes de vária natureza, como os que decorrem de acidentes de viação. O escrutínio final só poderá ser feito quando a informação sobre causas de morte estiver disponível”, realça o documento.
Em 143 dos 308 municípios portugueses o número de óbitos registados no mês de Março de 2020 foi superior ao valor homólogo de referência (média do número de óbitos no mês de Março de 2018 e 2019). Desses, houve mesmo 27 concelhos com valores superiores a 150 óbitos por cada 100 óbitos no período homólogo de referência. Valongo é um dos concelhos onde isso acontece com um índice de 162,7. Já Paços de Ferreira tem o valor mais baixo do Tâmega e Sousa (60,5).
O INE destaca no entanto que estes dados em termos de mortes são “preliminares” e dizem respeito a todas as causas.
