O Rio Leça está a ser monitorizado através do método River Habitat Survey (RHS), um “importante instrumento” que carateriza a qualidade das águas e avalia os habitats naturais.
O ‘River Habitat Survey’ é mais um passo para a “recuperação da qualidade do rio”, avança a ‘Corredor do Rio Leça’, uma associação que une os territórios – Valongo, Maia, Matosinhos e Santo Tirso, da nascente até à foz, e que trabalha pela reabilitação e gestão daquele elemento natural comum.
O RHS foi desenvolvido pela Environment Agency, do Reino Unido, e consegue “informação indispensável à adequada gestão dos recursos hídricos no âmbito da aplicação da Diretiva-Quadro da Água, complementando as avaliações da qualidade da água a partir de índices físico-químicos e biológicos”.
Assim, é feito o levantamento de cursos de água, sendo que, depois, se preenche um formulário específico que contempla uma caracterização geral e mais específica, de forma a observar as características e as modificações do canal.
A recolha de dados incide sobre “o tipo e estrutura da vegetação, atributos geomorfológicos e tipo de escoamento, repartidos pelo canal, taludes e topo dos taludes”, explica a página da RHS.
Recorde-se que o rio está a ser alvo de uma grande intervenção, que vai estar concluída em 2030, que tem como objetivo criar “um corredor verde e azul” que sirva as populações da Área Metropolitana do Porto.
O projeto inclui a “limpeza da linha de água em ambas as margens e principais afluentes”, assim como a “monitorização do rio”, de forma a controlar os focos de poluição. O investimento é de quatro milhões de euros e é financiados pelo Programa REACT-EU.
O Rio Leça nasce em Santo Tirso e desagua em Matosinhos, passando pelos municípios de Valongo e Maia. Como atravessa uma região com grande actividade industrial foi, ao longo dos anos, fustigado com focos de poluição, o que degradou a qualidade das águas e dos sistemas biológicos. Aliás, durante décadas, foi considerado um dos rios mais poluídos da Europa.
Apesar do rio só ter 48 quilómetros, esta intervenção de despoluição vai ser feita ao longo de 71, uma vez que abrange as duas margens e alguns afluentes.