Depois da caminhada de protesto que juntou 1200 pessoas em Sobrado e da petição a decorrer que conta já com mais de 3000 assinaturas, a Câmara Municipal de Valongo e a Jornada Principal, associação recentemente criada que representa a população de Sobrado, vão avançar com uma acção popular em tribunal para pedir o encerramento do aterro de resíduos não perigosos da Recivalongo, em Sobrado.
Durante a última Assembleia Municipal, a associação pediu também aos partidos que revejam o Plano Director Municipal do local para impedir uma possível expansão do aterro.
“Estamos a trabalhar juntamente com os juristas da autarquia neste processo. Isto é um atentado ambiental e sentimo-nos lesados”, diz Marisol Marques, da Jornada Principal.
Avança ainda que todos os dias têm “recebido casos de pessoas que têm de recorrer às urgências para tratar de picadas de insectos”. “Já fizemos denúncias junto da delegada de saúde da Administração Regional de Saúde do Norte e à coordenadora do
ACES Grande Porto III Maia/Valongo”, adianta. Recorde-se que a população queixa-se de cheiros nauseabundos, existência de mosquitos e está preocupada com a possível contaminação dos lençóis de água.
“A situação tem vindo a agudizar. Mesmo que esta acção não dê em nada não vamos parar esta luta porque não podemos viver assim. Estamos saturados de ter um aterro no meio da população”, garante Marisol Marques.
A petição lançada, que será entregue na Assembleia da República, pedindo o encerramento daquele aterro, conta já com mais de 3000 assinaturas, havendo ainda assinaturas por contabilizar em papel. “Vamos continuar a recolha porta-a-porta e fazer acções de sensibilização”, promete Marisol Marques. O objectivo é recolher 4000 assinaturas.
Recorde-se que, quer os responsáveis do aterro quer a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) já garantiram que tudo é licenciado e fiscalizado, funcionando dentro da legalidade.