Depois de nove anos de espera, devido a um embargo judicial da obra, a União de Freguesias de Cristelos, Boim e Ordem, em Lousada, vai ter nova casa. Além disso, no edifício que vai ser sede da junta, vai nascer ainda um Centro de Apoio ao Associativismo para ajudar os movimentos seniores e as colectividades locais.
A obra total ronda os 180 mil euros. O presidente da União de Freguesias, Eduardo Vilar; a directora-geral das Autarquias Locais, Sónia Ramalhinho; e o vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional no Norte, Ricardo Magalhães; assinaram, esta tarde, nos Paços do Concelho, um contrato de financiamento de cerca de 50 mil euros, metade do montante elegível. O documento foi homologado pelo secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel.
“Só em rendas e demolições tivemos um prejuízo de cerca de 50 mil euros devido a este embargo de nove anos”
A Junta da União de Freguesias de Cristelos, Boim e Ordem terá em breve sede própria depois de nove anos de embargo na obra daquelas que seriam as suas instalações.
“Este é para nós um dia de festa depois de nove anos de sofrimento. Não foi fácil mas esse impasse está ultrapassado. O acordo com os lesados e o tribunal administrativo está feito. A demolição que tínhamos que fazer também”, explicou o presidente da união de freguesias durante a cerimónia de assinatura do contrato de financiamento que vai permitir a obra.
“Só em rendas e demolições tivemos um prejuízo de cerca de 50 mil euros devido a este embargo de nove anos. E 25% do edifício teve que ser demolido, o que teve custos elevados”, adiantou Eduardo Vilar ao Verdadeiro Olhar.
O montante elegível para financiamento foi de cerca de 100 mil euros e o apoio concedido ronda os 50%, cerca de 49.800 euros. Isso vai permitir a reabilitação do primeiro piso do edifício e de cerca de metade do rés-do-chão. A outra parte da obra resultará de investimento a expensas da Junta de Freguesia e com o apoio já dado pela Câmara Municipal de Lousada.
“O valor global da obra rondará os 180 mil euros. O desafio é grande, mas queremos concluir a obra o mais rapidamente possível”, garantiu o autarca.
Ainda durante a cerimónia, Eduardo Vilar considerou o apoio dado pelo município, há cerca de meio ano atrás, como “decisivo”. “Começamos a procurar outras fontes de financiamento e foi assim que abordamos a Secretaria de Estado e nos candidatamos a este programa de financiamento”, resumiu.
Além de a junta ganhar uma nova sede e deixar de pagar renda, também as associações, clubes e movimentos seniores da freguesia ganham nova casa. O Centro de Apoio ao Associativismo vai dar “melhor resposta a todas as forças vivas do nosso território”, acredita o presidente da junta. Terá espaços multiusos e será um espaço importante sobretudo para as instituições que não têm sede própria.
“Esperamos ter este edifício concluído e em pleno funcionamento em tempo útil e também encontrar apoios para terminar a junta”, afirmou o autarca.
“Este documento é um contrato de confiança e parceria entre o Governo e as autarquias locais”, disse o secretário de estado
O presidente da Câmara Municipal de Lousada, Pedro Machado, também destacou que se trata da concretização de um “sonho antigo” e de uma obra “importante e necessária” para esta união de freguesias. “A Câmara já deu também uma ajuda à Junta de Freguesia para instalar a sede da junta no rés-do-chão e agora este apoio vai permitir ao edifício ser polivalente. Esta é uma das maiores freguesias de Lousada, acho que ninguém questiona o interesse da obra”, realçou.
Já o secretário de estado das Autarquias Locais destacou a participação da população na sessão, o que “é sinal que a obra é desejada e que vai ser controlada”, disse.
“Este documento é um contrato de confiança e parceria entre o Governo e as autarquias locais. O Governo tem muita confiança na capacidade de fazer das autarquias e, por isso, o melhor que temos a fazer é ser seus parceiros”, defendeu Carlos Miguel.
O governante argumentou ainda que, mesmo não integrando o protocolo, a câmara é parte essencial desta parceria. O tempo agora é de “mãos-à-obra”, concluiu o secretário de Estado.
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