Confrontado com as situações denunciadas pelos profissionais do Serviço de Urgência do Hospital de Penafiel que protestaram contra a falta de condições para os doentes e falam num “cenário de guerra”, com 60 doentes internados nos corredores, o conselho de administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) “confirma a existência de um número elevado de doentes internados na Urgência e que aguardam cama para a sua adequada colocação”.
Em resposta, o centro hospitalar reconhece ainda “todo esforço acrescido e dedicação dos seus profissionais” e que tem havido “sobrecarga de trabalho”. Mas, defende, “um hospital não pode fechar a porta aos doentes, por muitos que sejam.
De acordo com o CHTS houve um somatório de situações que levaram a este cenário. Desde logo uma “enorme afluência” devido às elevadas temperaturas, a par de uma falta de vagas para colocar doentes nos privados com os quais têm camas protocoladas. “Juntam-se também as dificuldades de transportes para transferência de doentes pelo facto de as diversas corporações de bombeiros (dezenas da nossa área de influência e muitas outras de fora da região) estarem alocadas no combate aos vários incêndios um pouco por todo o lado, não havendo equipas nem viaturas disponíveis”, refere a resposta enviada.
Outro motivo invocado é uma avaria no equipamento de ressonância magnética do privado com o qual têm protocolo que “impediu que vários doentes pudessem ter alta após avaliação”.
“Apesar de se reconhecer a sobrecarga de trabalho que estas situações originam nas equipas da urgência, importa referir que, por exemplo, na área de enfermagem, desde 2016 até ao momento, houve um reforço de 52 para 85 elementos”, salienta nota enviada.
O CHTs da ainda nota de que “foram ainda tomadas diversas medidas extraordinárias e temporárias, não ideais, para mitigar este efeito como a alocação de camas suplementares nas alas dos diferentes serviços de internamento e o reativar do serviço de transportes com empresa particular de transportes de doentes”.
O Hospital conta que “no dia de amanhã a situação seja já substancialmente diferente e com um número bem menor de doentes a aguardar vaga de internamento no serviço de urgência”.