Augusto Oliveira conseguiu superar-se em mais uma prova de resistência. O atleta do Paredes Aventura conseguiu cumprir o desafio de terminar uma ultramaratona com 338 quilómetros, a prova mais longa em que participou até hoje.
Foi um dos seis portugueses sorteados para participar no Tor des Geants, na região de Aosta, em Itália, que decorreu em Setembro, com mais de 700 pessoas em competição. Terminou a prova, com partida e chegada em Courmayeur, em 145 horas. O limite máximo era de 150 horas.
O atleta diz que realizou mais um grande sonho. “Desde que me comecei a aventurar-me no mundo do Trail fui criando metas e objectivos bem definidos. Estava no Trail para me desafiar constantemente, queria ser finisher em todas as grandes provas míticas. Para mim terminar qualquer prova já é uma grande vitória, independentemente da minha classificação”, garante.
“Sou finisher, sou finisher, pensava constantemente enquanto segurava a bandeira de Portugal e corria até cima da linha da meta”
“Há cinco anos atrás, completar esta distância, para mim e para os médicos neuro-cirurgiões que me operaram depois de estar em coma durante um mês, era impensável”, refere o atleta.
Recorde-se que Augusto Oliveira foi dependente de álcool e de drogas e que um acidente o obrigou a várias intervenções cirúrgicas, tendo ainda passado por duas tromboses venosas profundas que lhe causaram perda de mobilidade e o obrigaram a um longo período de recuperação. O paredense encontrou no prazer da corrida uma forma de mudar de vida. Tornou-se ultramaratonista e já completou várias provas.
Este ano, o funcionário dos CTT participou numa ultramaratona de 170 quilómetros, em Andorra, e deixou um relato emocionante de como é percorrer estas distâncias.
Estar nesta prova de mais de 330 quilómetros representou mais uma batalha ganha. “Estava nesta fila (de partida) após uma longa batalha contra as dependências, contra a apatia, a inércia, a falta de ânimo e a pouca vontade de viver; depois de ter vencido duras batalhas, depois de ter ultrapassado desilusões. Estava no Tor des Geants porque o meu crer é superior a qualquer outra adversidade, porque enquanto eu acreditar eu consigo”, descreve o atleta.
A prova contou com várias subidas e descidas verticais, com um acumulado positivo de 24.000 metros, o equivalente a 12 vezes o ponto mais alto de Portugal Continental.
Apesar do cansaço e das dificuldades, o paredense terminou a prova e cortou a meta. “Sou finisher, sou finisher, pensava constantemente enquanto segurava a bandeira de Portugal e corria até cima da linha da meta”, conta. Augusto Oliveira é agora um dos “gigantes” que completou esta prova de resistência, a mais longa em que competiu até agora.