Os quatro médicos que não diagnosticaram um tumor cerebral a Sara Moreira, uma jovem de 19 anos, de Recarei, Paredes, que recorreu mais de 10 vezes às urgências do Hospital Padre Américo, em Penafiel, ao longo de dois anos antes de morrer, foram absolvidos pelo Tribunal da Relação do Porto.
Ficou assim confirmada a sentença do Tribunal de Penafiel que também tinha absolvido os clínicos do crime de violação da “leges artis” por não terem agido de modo adequado no tratamento e não terem pedido os exames de diagnósticos complementar que se impunham.
Segundo o jornal Público, os desembargadores do Tribunal da Relação do Porto defenderam que seria necessário existir dolo para que houvesse lugar a condenação neste caso. “Podemos afirmar que as leges artis impunham a realização desses exames. Mas não podemos afirmar que os arguidos agiram conscientemente com vontade de agir de forma contrária a esses deveres de boa prática médica”, referem citados pela mesma publicação.
Sara Moreira recorreu às urgências do Hospital de Penafiel mais de uma dezena de vezes entre 2010 e 2012. Queixava-se de dores de cabeça, vómitos e perda de consciência. Os médicos consideraram que tinha problemas de ansiedade e do foro psicológico e nunca pediram a realização de exames complementares de diagnóstico, como TAC e ressonância magnética. A jovem de 19 anos acabaria por morrer em Janeiro de 2013 vítima de um tumor no cérebro de grandes dimensões que não foi diagnosticado.
A advogada da família adiantou ao Público que não há recurso desta sentença, mas que decorrem duas acções com pedidos de indemnização no Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel, contra o hospital, e no cível, contra os quatro médicos.