Para dar oferta adequada aos níveis de procura do serviço de transporte público de passageiros, há três linhas da STCP que servem o concelho de Valongo que vão ser reforçadas. Em causa estão as linhas 701 (Bolhão-Codiceira),702 (Bolhão-Travagem) e 704 (Boavista-Codiceira), ligações pendulares do Porto ao município.
Este reforço foi determinado pela Unidade Técnica de Suporte da STCP, que conta com a autarquia de Valongo. “Estes reforços apresentam um carácter de muita urgência, apontando-se como possível o dia 19 de Outubro para início deste serviço adicional, que se prolongará até final do ano, aplicado apenas aos dias úteis escolares”, refere a proposta aprovada pela Câmara de Valongo.
“No caso concreto do município de Valongo com o reforço das linhas previsto, teremos um acréscimo de 28.288 quilómetros, o que corresponde a um aumento da comparticipação no montante de 50.503 euros até ao final do ano em curso”, acrescenta o mesmo documento.
Em Assembleia Municipal, questionado pelo Bloco de Esquerda, o presidente da Câmara, José Manuel Ribeiro, referiu: “a câmara votou esta semana um reforço de três linhas que nos vai custar cerca de 200 mil euros [anuais]. Vai haver mais autocarros e as pessoas vão poder andar mais à vontade”.
Circuito deve ter serviço porta-a-porta
Durante a sessão, o Bloco de Esquerda apresentou uma moção sobre a mobilidade em Valongo, realçando que, no concelho, “são vários os locais no município que não têm transporte público, agravado pela maior concentração de pessoas idosas ou desfavorecidas nesses mesmos lugares”.
Apontando a baixa cobertura das linhas existentes, que não têm tido capacidade de resposta para a procura, e não sendo possível a criação de novas linhas, Fernando Monteiro, pelo BE, defendeu que a autarquia tem a “responsabilidade de colmatar estas necessidades”.
“É na capacidade de mobilidade que os cidadãos podem, ou não, aceder e usufruir das suas necessidades básicas, como acesso à saúde, educação e outros serviços básicos. Assim, o Bloco de Esquerda de Valongo defende que para além do município desenvolver esforços para o reforço das linhas de transportes públicos existentes, deve criar um serviço que sirva as populações e lugares sem qualquer oferta”, refere o partido.
Isso passaria pela criação de um serviço de transporte específico. “Um circuito que ligue vários pontos das freguesias a serviços públicos e locais de interface com os transportes públicos existentes e, em complemento, criar um serviço porta-a-porta, com regulamento próprio, que possibilite a pessoas idosas ou com comprovada mobilidade reduzida, com marcação prévia, a deslocação aos serviços públicos básicos, como centro de saúde, farmácia, loja cidadão, etc”, apelaram.
A moção foi aprovada por maioria, com 13 votos a favor do PSD, CDS, CDU, BE e de Arnaldo Soares, presidente da Junta de Alfena, e com 18 abstenções do PS e dos presidentes de junta eleitos pelo partido.