Completaram-se, recentemente, três anos de mandato do atual governo liderado por António Costa. Em Novembro de 2015 poucos acreditariam na sustentabilidade desta original forma governativa, batizada de geringonça pelo cronista Vasco Pulido Valente.
A verdade é que, passados três anos e sem prejuízo de um ou outro tropeção, o resultado é francamente positivo. Exemplos não faltam:
2017 e 2018 serão os primeiros anos deste século em que a economia portuguesa crescerá acima da média dos seus parceiros europeus;
As exportações e o investimento estão, há 72 trimestres consecutivos, a crescer mais do que na Zona Euro;
A despesa em I&D subiu em 2016 e em 2017, depois de 6 anos consecutivos de queda, tendo atingido 1,33% do PIB em 2017;
As contas públicas mantêm‐se certas e equilibradas: depois de 2016 e 2017, também 2018 e 2019 representarão novamente os défices mais baixos da nossa democracia;
Foram criados 340 mil empregos desde 2015, num contexto de melhoria das condições de trabalho e de subida dos salários, com especial destaque para o salário mínimo;
Os aumentos salariais rondaram os 6% nos escalões de remuneração mais baixos (até 600€), e os 4% nos escalões intermédios (entre 600 e 1.200€);
Na redução das desigualdades, é de registar ainda que a taxa de privação material caiu 3,6% desde 2015, e a taxa de privação material severa passou de cerca de 9,6% em 2015 para 6,9% em 2017.
Estes dados objetivos revelam que, mesmo num contexto complexo e exigente do ponto de vista de contas públicas, foi possível crescer. Naturalmente que a conjuntura internacional teve impactos positivos na nossa economia, mas tal não mitiga a decisiva importância das opções políticas tomadas ao longo destes três anos. E apesar de opostas às defendidas pela direita europeia e pelos famigerados mercados, a verdade é que resultaram.
Os esforços ao nível da redução da nossa dívida pública terão de continuar no futuro, mas estes três anos demonstram que é possível termos contas públicas equilibradas sem a malfadada receita da austeridade.