A pequena Maria Teresa, de cinco anos, sofre de paralisia cerebral com diplegia espástica que a impedia de andar convenientemente. Com o apoio de uma campanha de solidariedade lançada em Dezembro, a família da menina de Frazão conseguiu apoios para rumar até ao México onde a Teresinha foi submetida a uma cirurgia inovadora.

Para já os diagnósticos deixam boas expectativas. A criança ainda estará com o gesso, durante as próximas cinco semanas, e depois terá que fazer fisioterapia intensiva. Em breve, poderá andar, anseiam os pais.

 

Pais não desistiram de procurar alternativas

Teresinha no México

A Teresinha e o irmão gémeo José nasceram às 27 semanas de gestão.  “Eram crianças normais”, afirma a mãe, Alexandra Sousa. Mas com um mês de vida, a Teresinha sofreu várias paragens cardio-respiratórias durante a noite que deixaram sequelas: sofre de uma paralisia cerebral com diplegia espástica. A doença implica algumas dificuldades. “Tem um atraso cognitivo, dificuldades na motricidade fina mas, o mais visível, era não conseguir andar”, explica a progenitora.

A menina começou a fazer fisioterapia pouco depois de completar os cinco meses de idade. De lá para cá, tem-se sucedido os tratamentos e terapias. O pai, José Sousa, deixou o emprego para poder acompanhar a Teresinha diariamente, nos tratamentos e consultas. Desde os dois anos, que é seguida no Centro de Paralisia Cerebral do Porto.

Havia melhorias, mas poucas e os pais não desistiram de procurar sempre soluções alternativas. Em 2014, foram a uma consulta no Hospital Pediátrico de Barcelona à procura de diagnóstico. Entretanto, a menina passou a frequentar uma clinica com um novo método de fisioterapia intensiva na Maia. Foi lá que conheceram dois casos idênticos de crianças que tiveram melhorias visíveis depois de uma cirurgia realizada no México. “Um dos meninos que frequenta o Centro de Paralisia Cerebral do Porto também tinha feito essa cirurgia e já andava e corria”, conta a mãe.

Quiseram arriscar o tratamento. Depois de fazer fisioterapia intensiva, entre Outubro e Janeiro, mãe e filha rumaram ao México, a 15 de Janeiro. Dois dias depois a menina foi operada no hospital SALUD – Instituto Nacional de Reabilitação no México.

 

Campanha de solidariedade ajudou a pagar despesas

Passeio solidário ajudou a angariar receitas para a Teresinha

Só a ida ao México e a cirurgia custaram oito mil euros. Os tratamentos de fisioterapia custam 30 euros por hora e a menina faz duas horas por dia, o que perfaz cerca de 300 euros de gastos semanais.

“Tudo isto só foi possível pela ajuda do padrinho, Filipe Mendes”, assegura Alexandra Sousa. Foi ele quem lançou uma campanha de solidariedade “Vamos ajudar a Teresinha a andar” para apoiar a família e permitir a realização dos tratamentos da criança.

Em Dezembro, foi organizado o 2.º Passeio Bruno Pires, com a presença de vários ciclistas profissionais, cujas receitas reverteram para esta causa solidária. A par disso, foi realizada uma caminhada e uma aula de zumba com o mesmo fim. A Juventude Pacense também se uniu à causa e parte das receitas do espectáculo de Natal foram doadas à menina.

“Nestas actividades conseguimos angariar cinco mil euros, uma boa ajuda para a viagem e os tratamentos”, confirma a mãe. “A minha família também tem ajudado como pode e sou muitas vezes contactada por pessoas que querem organizar mais iniciativas para ajudar. As pessoas são solidárias”, garante. “Quero agradecer a toda a gente que participou na campanha de angariação de fundos e sobretudo ao padrinho, que faz tudo por ela”, acrescenta Alexandra Sousa.

Sobre a recuperação da Teresinha as expectativas são boas. Nas próximas cinco semanas ainda ficará com o gesso e depois regressará à fisioterapia intensiva.

A mãe confessa-se ansiosa. “Quero ver para crer, mas não quisemos ter arrependimentos no futuro, tínhamos que aproveitar a oportunidade”, conclui.