A região do Tâmega e Sousa tem uma das taxas de cobertura mais elevadas do país no que toca ao número de camas que integram a rede de cuidados continuados integrados – 93%. Os números foram avançados pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, que esteve em Figueira, Penafiel, a inaugurar uma nova unidade de cuidados continuados de longa duração e manutenção, com 25 camas.
Fruto de novos 49 contratos programa, o Governo promete que, no final do ano, estarão mais 684 camas disponíveis. Até ao final da legislatura, o objectivo é deixar a rede com 14 mil camas.
Unidade de portas fechadas custava três mil euros por mês à instituição
Durante quase três anos, a Unidade de Cuidados Continuados de Figueira esteve de portas fechadas embora estivesse pronta a funcionar.
“A aldeia estava ansiosa pela inauguração e pela entrada em funcionamento deste equipamento”, salientou o presidente da Associação de Desenvolvimento da Figueira (ADF). “Apesar da alegria de hoje não deixamos de lamentar que esta obra estivesse 40 meses concluída e pronta a iniciar funções, com inúmeros prejuízos financeiros para esta instituição”, criticou Ângelo Guedes.
Mais tarde, aos jornalistas, o dirigente explicou que, apesar de fechado, o novo edifício custou à associação cerca de três mil euros por mês, pelo pagamento das facturas de água, luz e custos de manutenção dos elevadores e sistemas de ar condicionado, entre outros. “Devemos cerca de 900 mil euros à banca mas temos honrado os nossos compromissos”, salientou o presidente da ADF. “Há dois anos acabamos de construir um lar de idosos que também custou 1,4 milhões”, realçou.
A instituição conta com cinco edifícios com diversas valências, dando apoio a mais de 130 idosos e 45 vítimas de violência doméstica.
Esta unidade de cuidados continuados custou cerca de 1,5 milhões de euros, sendo que só a ADF investiu cerca de 500 mil euros, com uma comparticipação de 15% da Câmara de Penafiel.
As portas abrem oficialmente dia 30, havendo uma longa lista de espera de utentes. Foram criados 20 postos de trabalho.
“Este é o encerramento de uma etapa longa, sinuosa e com muitos obstáculos”, destacou o presidente da Câmara
O presidente da Câmara Municipal de Penafiel considerou esta inauguração como sendo um momento importante para o concelho e para a região do Tâmega e Sousa.
“Este é o encerramento de uma etapa longa, sinuosa, com muitos obstáculos que se prolongou por seis anos”, desde a candidatura até ao abrir portas, afirmou Antonino de Sousa, destacando que o processo atravessou quatro governos.
O autarca elogiou ainda o esforço “extraordinário da instituição” para fazer este investimento.
Estas são as primeiras 25 camas de cuidados continuados no concelho de Penafiel, o que se torna ainda mais importante pela existência de um centro hospitalar no concelho, afirmou.
Governo quer ter 14 mil camas de cuidados continuados no final da legislatura
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde presidiu à assinatura do contrato programa entre a Associação de Desenvolvimento da Figueira, o Instituto da Segurança Social e a Administração Regional de Saúde do Norte, garantindo uma verba de 1,3 milhões de euros para os próximos três anos.
Fernando Araújo sustentou que o objectivo do Governo é expandir a rede de cuidados continuados integrados, em cooperação com as instituições e as autarquias locais.
“Em Agosto, foram autorizados 49 contratos programas, num investimento de cerca de 100 milhões de euros” para um período de três anos, até 2018, adiantou o secretário de Estado.
Este ano, o país contará com mais 684 camas na rede, prometeu. “No final de 2015, havia cerca de 7800 camas e no final de 2016 serão cerca de 8400”, disse. Até ao final da legislatura o Governo espera ter 14 mil camas de cuidados continuados. Uma meta que, admite, é ambiciosa “numa altura que temos orçamentos de Estado exigentes”.
A região Norte é a que tem melhores indicadores nesta área “fruto da dinâmica do terceiro sector”, superior à de outras regiões do país, referiu o governante, acrescentando que Lisboa é a região com maiores carências.
Região com uma das taxas de cobertura mais elevadas do país
Já a região do Tâmega e Sousa tem uma taxa de cobertura de 93% no que toca a camas na rede de cuidados continuados. “Uma das mais elevadas do país”, salientou, com cerca de 244 camas.
Questionado pelo VERDADEIRO OLHAR sobre a demora de abertura desta nova unidade de cuidados continuados em Figueira, Fernando Araújo disse não perceber o porquê da demora. “Para nós [Governo] é uma questão de opção. Fui com o senhor primeiro-ministro a Melgaço, no mês passado, onde também estava uma unidade fechada há três anos, toda equipada com fundos nacionais e europeus. Há cerca de duas semanas, em Vale de Cambra, inauguramos um edifício em situação semelhante e agora aqui. Mais que olhar para trás temos que olhar para o presente e futuro e tentar resolver os problemas”, resumiu.