A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa continua a trabalhar para se transformar numa bio-região, ao mesmo tempo que estão a ser criadas condições para que o seu território seja integrado numa rede internacional, designada de IN.N.E.R.
Assim, e depois de, no passado mês de Setembro, ter visitado a primeira bio-região do mundo a ser formalmente constituída, no sul de Itália, a convite da IN.N.E.R. – International Network of Eco Regions, entidade responsável pelo processo de certificação das bio-regiões, o Tâmega e Sousa acolheu, ontem e hoje, uma comitiva de peritos daquelas estruturas.
Esta visita que, segundo a CIM explicou em comunicado, “constituiu mais um passo neste trabalho” de trasnformação e integração e que se tem vindo a desenvolver desde 2020.
Uma bio-região é uma área geográfica onde agricultores e produtores biológicos, comunidade em geral, operadores turísticos, associações, instituições de ensino e poder local e intermunicipal estabelecem um acordo para a gestão sustentável dos recursos locais, partindo do modelo biológico de produção e consumo.
Durantes estes dois dias, peritos visitaram “explorações agrícolas, consideradas boas práticas em modo de produção biológica, designadamente de frutas frescas e frutos secos, legumes e hortaliças, ervas aromáticas, cogumelos, carne, mel e vinho”. Também tiveram oportunidade de ver de perto “distribuidores de produtos biológicos locais e regionais”, enumerou a CIM.
De salientar que, numa bio-região “a promoção dos produtos biológicos articula-se com a promoção do território”, quer isto dizer que, “os recursos naturais, culturais e produtivo estão ligados em rede e são reforçados por políticas locais”, que são “orientadas para a valorização do ambiente, das tradições e dos conhecimentos locais”.
Assim, este conceito de sustentabilidade territorial assenta, sobretudo, numa perspetiva de “governança territorial inovadora, em que entidades públicas, associações, agricultores, empresários e turistas se envolvem na criação de uma espécie de laboratório cultural de ideias e iniciativas para o desenvolvimento, baseado em práticas sustentáveis e amigas do ambiente”.
Participaram neste encontro, o presidente da FONMED, a Fundação do Sul para a Cooperação e Desenvolvimento dos Países do Mediterrâneo e membro do conselho de administração da IN.N.E.R., Giuliano D’Antonio, o secretário-geral da bio-região de Cilento, Emilio Buonomo, e o coordenador da I.N.N.E.R Portugal, Custódio Oliveira, que estiveram na região para “monitorizar e avaliar o processo de constituição desta bio-região do Tâmega e Sousa e adesão à IN.N.E.R”, lê-se ainda no mesmo comunicado.
Recorde-se que a CIM é uma pessoa colectiva de direito público, com natureza associativa e de âmbito territorial que tem como objectivo a realização de interesses comuns aos municípios que a integram como Lousada, Paços de Ferreira, Penafiel, Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Marco de Canaveses e Resende.
