Depois de a Câmara Municipal de Valongo ter emitido, na semana passada, um comunicado, dizendo que já tinha sido encontrada “solução para as crianças da UDV – União Desportiva Valonguense que treinavam futebol no Estádio Municipal de Valongo”, entretanto “interditado por motivos de segurança”, o clube divulgou uma carta aberta apontando que a solução indicada é “temporária” e que é preciso uma “solução viável para a próxima época.

Recorde-se que, segundo a autarquia, os cerca de 300 jovens atletas estão a treinar em relvados sintéticos situado na escola António Ferreira Gomes, em Ermesinde, tendo sido ainda disponibilizado o Complexo Desportivo dos Montes da Costa, e o Estádio do Calvário (para os jogos em casa do futebol de 11). O município afirmou ainda que iria avançar com uma empreitada de reconstrução do campo do Estádio Municipal de Valongo, cujo investimento está estimado em 700 mil euros, prevendo que as obras estejam prontas “dentro de aproximadamente um ano”.

Mas, na passada sexta-feira, em carta aberta “aos atletas, pais e encarregados de educação, sócios, adeptos, simpatizantes da UD Valonguense e munícipes de Valongo”, o clube disse-se “surpreendido” com esta afirmação da Autarquia.

“A verdade é que se trata de uma ‘solução’ temporária – apenas até ao final de época actual – estando muito longe de ser uma solução de futuro, que corresponda às necessidades da nossa formação, até que o Estádio Municipal de Valongo seja intervencionado”, frisa  UDV.

É que “os relvados sintéticos situados na escola António Ferreira Gomes são de Futebol de 5 e de 7, e o relvado do Complexo Desportivo dos Montes da Costa é de Futebol de 5”, sendo que a maioria das equipas de formação do clube são de Futebol de 11. “Assim, alguns treinos de Futebol de 11 vão continuar a realizar-se no Estádio do Calvário. Já os jogos da Formação da UD Valonguense continuarão a decorrer fora de casa (e não no Calvário, como diz a Câmara Municipal no Esclarecimento publicado). Com esta sobrecarga de treinos das várias equipas no relvado natural do Calvário, o Estádio não pode receber mais do que um jogo por fim-de-semana, pois o relvado natural sofrerá as consequências de uma utilização mais intensiva, mesmo com a manutenção assegurada”, explica o clube.

“Também segundo a Autarquia, os dois relvados na escola António Ferreira Gomes seriam utilizados de segunda a sexta-feira, das 19h00 às 23h00, assim, o Clube negociou com o proprietário dos campos, de forma a obter um horário mais favorável às crianças e jovens (os treinos passam assim a terminar mais cedo, pelas 21h30)”, acrescenta a mesma fonte.

A UDV sublinha, na mesma carta aberta, que esta “solução” encontrada diz apenas respeito à época actual e prometem continuar “a unir esforços para que se encontre uma solução viável para a próxima época 2023/24”.

O clube não deixa ainda de lembrar que nos últimos nove anos que alerta a Câmara para as “fracas condições de segurança do Estádio Municipal construído na Outrela” e que quando foi interdito pela primeira vez, em Fevereiro de 2020, “a UD Valonguense alertou o Município de Valongo para a necessidade de obras de fundo, com o devido planeamento, aproveitando a altura em que a actividade desportiva estava parada por conta da pandemia”. Mas “estudos técnicos, realizados nessa altura pela Câmara Municipal, concluíram não haver perigo de derrocada”.