A Associação Jornada Principal já tinha prometido vestir de negro a vila de Sobrado, em Valongo, em protesto contra o aterro da Recivalongo e os maus-cheiros causados.
A iniciativa, adiada pela pandemia, cumpriu-se hoje. “Centenas de telas foram afixadas nas Ruas e nas casas de Sobrado, com uma mensagem forte e directa dirigida ao senhor Ministro do Ambiente”, anunciou a associação.
Nos cartazes lê-se “Sr. Ministro Sobrado quer respirar. Fim do aterro!”.
“A população de Sobrado está unida, em total colaboração com a Associação Jornada Principal, e só aceita um único desfecho para este problema que os impede de respirar ar puro e saudável: o encerramento do aterro”, adianta comunicado, lembrando a proximidade do equipamento a escolas, impedindo que, muitas vezes, os alunos brinquem no recreio.
Ainda na semana passada, 700 crianças enviaram cartas ao ministro chamando a atenção para o problema.
O Ministério do Ambiente anunciou, recentemente, que o aterro de Sobrado deixou de receber resíduos internacionais desde o dia 1 de Maio, tendo sido recusada a entrada, este ano, de 25 mil toneladas de resíduos importados. Entretanto, ouvido na Comissão Parlamentar do Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, pediu aos deputados que ajudem a encerrar o aterro de Sobrado que “foi mal licenciado e que viu as suas licenças ambientais e de exploração renovadas em 2017/2018 pelo Ministério do Ambiente, mesmo depois da oposição do município e de provas de contaminação das águas”. O autarca pediu ainda que este processo seja investigado.
O Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, é ouvido esta semana, pela mesma comissão.
Recorde-se que este aterro é contestado pela população e pela autarquia há cerca de um ano pelos maus-cheiros e pragas de mosquitos que alegadamente gera e pelos receios de contaminação da água.
A Recivalongo sempre assegurou que o equipamento funciona dentro da legalidade.