A 6.ª edição do Orçamento Participativo Jovem de Valongo (OPJV) é apresentada na segunda-feira, em Ermesinde, mas o tema já deu que falar na reunião de executivo desta quinta-feira.
Além de aumentar a verba disponível para apoiar projectos, que sobe para os 150 mil euros, o município impôs uma nova regra. “Pela primeira vez só participa no OPJV com propostas ou na votação quem for leitor registado nas bibliotecas municipais de Valongo”, anunciou José Manuel Ribeiro.
O presidente da autarquia salientou que, depois de triplicado o número de leitores inscritos nas bibliotecas concelhias, que são já mais de 10 mil, o objectivo é continuar a criar interesse nos jovens para ler.
“Com esta norma inovadora pretendemos motivar os jovens para a leitura, aliando o OPJV ao projecto ‘Ler Não Custa Nada’. No ano passado adquirimos mais de 10 mil euros em livros que as pessoas pediram para ler”, explicou o autarca.
Mas para o PSD, esta novidade no OPJV tem outra leitura. “Não é por obrigar alguém a estar inscrito na biblioteca que essa pessoa será um leitor. Não é assim que se promove a leitura. Isso é impositor e não motivador”, criticou Luís Ramalho. “Estamos a dizer aos jovens que a democracia se pratica com imposição. Pôr condições para votar e ser elegível é ser anti-democrático”, sustentou o social-democrata. O partido optou pela abstenção na votação das normas que regem o OPJV.
Recorde-se que o Orçamento Participativo Jovem de Valongo tem como objectivo “proporcionar aos jovens do concelho a possibilidade de apresentarem as suas preocupações, de aprenderem a negociar, a debater, a articular, a formular opiniões, desenvolvendo o espírito crítico, contribuindo para a resolução dos problemas da sua terra, ao mesmo tempo que fiscalizam a utilização dos recursos do município e adquirem valores democráticos”.
A sexta edição do projecto será apresentada na segunda-feira, dia 15 de Outubro, às 15h00, na Escola EB 2.3 S. Lourenço, em Ermesinde, onde será inaugurado o projecto Sala do Futuro, um dos vencedores da 5.ª edição.
Este ano, o orçamento sobe 30 mil euros em relação à última edição, havendo 150 mil euros para apoiar 15 projectos: seis escolares, seis extra-escolares e seis “gerações”, com 10 mil euros cada.
Podem participar todos os jovens que tenham entre 6 e 35 anos que residam ou estudem no concelho e que estejam registados nas bibliotecas municipais.