Só 617 utentes do Vale do Sousa é que não têm médico de família

Há cerca de um ano, os dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), relativos a Julho de 2015, mostravam que quase 15 mil utentes inscritos nos cuidados de saúde primários na região do Vale do Sousa não tinham médico de família. Mas, segundo os dados mais recentes do Portal de Transparência do Serviço Nacional de Saúde, os números são agora outros. Até ao final do mês de Outubro, apenas 617 utentes dos concelhos de Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel continuavam sem médico de família atribuído, 67 deles por opção.

Em Portugal, ainda há mais de 930 mil portugueses que não têm médico de família, sendo que a maioria está na zona de Lisboa e Vale do Tejo.

Mais de 930 mil portugueses sem clínico atribuído

Há dez vezes mais pessoas sem médico de família na região de Lisboa do que no Norte do país. Os dados do Portal de Transparência do Serviço Nacional de Saúde mostram que na região de Lisboa e Vale do Tejo existiam 682 mil pessoas sem médico atribuído. Seguem-se o Algarve com 89 mil sem médico; o Norte, com 63 mil; o Centro, com 54 mil; e o Alentejo, com 42 mil.

Nos últimos anos, são cada vez mais os portugueses a ter médico de família. Em Julho de 2015, a taxa de cobertura nacional era já de 88%, sendo que 1,19 milhões de pessoas não tinham acesso a clínico de medicina familiar.

Um ano e três meses depois, esse número baixou para os 930.746 portugueses. E a tendência é para baixar. Ao jornal I, a ACSS adiantou que na segunda época de conclusão da formação na especialidade, que acontece este mês, serão colocados mais 108 médicos de família. O objectivo do Governo era que, até ao final de 2016, o número de utentes sem médico de família baixasse para os 500 mil.

Na região Norte, dos 3.726.208 portugueses inscritos nos cuidados de saúde primários só 63 mil não tinha clínico atribuído. No Vale do Sousa, os números são positivos. No Agrupamento de Centros de Saúde do Vale do Sousa Norte, que inclui os concelhos de Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira, só 105 utentes não tinha médico de família em Outubro, sendo que 32 deles optaram por essa situação. A taxa de cobertura era de 99,9%. Já no ACES do Vale do Sousa Sul, que agrega os concelhos de Castelo de Paiva, Paredes e Penafiel, há 512 pessoas sem médico atribuído, 35 por opção. A taxa de cobertura é de 99,7%.

Em Janeiro deste ano, o ACES do Vale do Sousa Norte tinha 2.109 utentes sem clínico e uma taxa de cobertura de 98,6%. O número de pessoas sem médico de família atribuído chegou aos 4.900 em Março, mas a situação resolveu-se a partir de Agosto. Há um ano e três meses, 10.877 não tinham médico. No ACES do Vale do Sousa Sul os números foram ainda mais elevados. Em Janeiro havia 5.832 pessoas sem apoio de clínico de saúde familiar, mas o número aumentou para os 11.504 em Março e ainda chegou aos 12.617 em Julho, altura em que a taxa de cobertura de utentes com médico de família baixou até aos 92,9%. A situação foi entretanto resolvida com a chegada de novos profissionais.

No ACES Maia/Valongo, onde estão integrados os utentes do concelho de Valongo, há ainda 3.263 pessoas sem médico de família, sendo a cobertura de 98,4%. Este agrupamento de centros de saúde começou o ano de 2016 com apenas 798 utentes sem clínico. O número aumentou para os 5.668 até Março e foi reduzindo nos últimos meses. Convém referir que há mais pessoas inscritas neste ACES, em relação ao início do ano.

Pode consultar a evolução de todos os meses de 2016 no Portal de Transparência do SNS.