Tinha dito, em Janeiro, que não seria recandidato à presidência da Comissão Política do PSD Lousada. Não o fez em Junho, quando o partido não foi a eleições por falta de listas candidatas. Agora, por “amor a Lousada e ao PSD”, Cristóvão Simão Ribeiro volta atrás e é recandidato à liderança do partido.
Diz querer “galvanizar” o PSD para ganhar a Câmara de Lousada e promete apresentar, enquanto presidente da comissão política “um projecto credível e mobilizador da sociedade lousadense”.
Questionado sobre se será ele próprio o candidato do PSD à autarquia, adia para Abril a apresentação do escolhido, depois de ouvidos os militantes.
As eleições decorrem este sábado, dia 19 de Setembro. A apresentação de listas pode ser feita até esta quarta-feira à meia noite e ainda não são conhecidas outras listas candidatas.
“A união faz-se de frontalidade, de sinceridade, de esclarecimento. Silêncios e unanimismos artificiais não são sinonimo de união”
“Em Junho optei por não apresentar candidatura por um conjunto de motivos que se prendem com a própria dinâmica do partido. Apesar dos meus 34 anos, faço política activa há vinte anos. Senti que seria o momento de dar espaço a outros militantes tanto ou mais capazes que eu de liderar o PSD Lousada. Militantes que tinham e têm uma visão estratégica diferente da minha, o que é absolutamente legítimo. Militantes que demonstraram disponibilidade e vontade para tal. Posto isto, disse em Janeiro deste ano que não seria recandidato em consequência disso mesmo. Achei que seria o mais correcto a fazer. Para espanto meu, esses militantes não foram consequentes, nem com a manifestação de vontade que exteriorizaram, nem com a oposição interna que haviam feito, deixando o PSD neste impasse. Na política, assim como em tudo na vida, temos de ser consequentes com os nossos actos”, respondeu Simão Ribeiro ao Verdadeiro Olhar quando questionado sobre o porquê de não ser candidato em Junho, quando as eleições do PSD Lousada, à semelhança das de Paços de Ferreira e Valongo, não se fizeram por falta de listas.
Ele tinha apoiado Luís Montenegro nas eleições internas do partido e, ao que tudo indica, estava a dar espaço aos apoiantes de Rui Rio, que venceu o acto eleitoral.
Agora diz que se recandidata pelo “amor a Lousada e ao PSD” e para dar aos lousadenses “uma alternativa séria à actual gestão socialista”.
Sobre a possibilidade de ser o único candidato e disso ser um sinal de união no partido, o social-democrata é peremptório: “A união faz-se de frontalidade, de sinceridade, de esclarecimento. Silêncios e unanimismos artificiais não são sinonimo de união. Há mais união numa disputa saudável e franca em torno da discussão de propostas e projectos para Lousada do que em unanimismos postiços”.
Face à proximidade das eleições autárquicas de 2021, Simão Ribeiro defende que o PSD está bem a tempo de conquistar a Câmara. “O PSD tem feito um trabalho paulatino e constante ao longo dos últimos anos. Não caímos em Lousada de para-quedas. A preparação do próximo ano autárquico será o aglomerar de anos de trabalho e não uma corrida fugaz de última hora. Apresentaremos, com toda a certeza um projecto credível e mobilizador da sociedade lousadense”, argumenta.
Candidato à Câmara conhecido em Abril
A preparação do processo eleitoral será o principal trabalho da comissão política, admite. “A minha principal função será galvanizar e mobilizar o PSD em torno desse grande objectivo: o da construção de uma alternativa séria e diferenciadora da actual liderança do município”, adianta Simão Ribeiro.
O recandidato não assume, no entanto, se tem pretensão de liderar a candidatura do partido à Câmara de Lousada. “Caso seja reeleito, o PSD apresentará o seu candidato no início de Abril, conforme as directrizes da comissão política nacional do PSD. Até lá, procurarei mobilizar o PSD em torno de ideias e propostas para Lousada. Procurarei, até Abril, auscultar o PSD, os presidentes de junta e a sociedade lousadense no sentido de encontrar aquele ou aquela que melhor poderá protagonizar essa candidatura”, refere.
Simão Ribeiro tem 34 anos e é empresário. Já assumiu vários cargos em termos políticos e no associativismo local. Foi presidente da JSD Lousada, da JSD distrital do Porto (cinco anos) e da comissão política nacional da JSD (quatro anos); membro do conselho nacional do PSD, deputado municipal em Lousada e deputado à Assembleia da República em duas legislaturas.
Actualmente, ocupa o cargo de vereador sem pelouros na Câmara Municipal de Lousada e é presidente do PSD Lousada.