No âmbito da Operação “Trapos” foram detidos sete indivíduos, entre os quais quatro empresários da indústria têxtil e três contabilistas certificados, fortemente indiciados pelos crimes de associação criminosa, fraude fiscal qualificada, fraude na obtenção de subsídio, branqueamento e falsidade informática, anunciou a Polícia Judiciária.
Em comunicado, a PJ explica que no âmbito de um inquérito titulado pelo Ministério Público – DIAP de Paredes, desenvolvido em equipa mista com a Direcção de Finanças do Porto, foram realizadas 32 buscas domiciliárias e não domiciliárias, nos concelhos do Porto, Penafiel, Maia, Matosinhos, Viseu, Guimarães, Marco de Canaveses, Ponte de Lima, Trofa, Gouveia e Ponte de Lima, sendo dado cumprimento a mandados de detenção. “No decurso das mesmas buscas foi também detido um outro empresário pelo crime de detenção de arma proibida”, refere a Polícia. Foram ainda apreendidos dinheiro, material informático e documentação.
Segundo a informação enviada, existia um “esquema alicerçado na existência de facturação falsa entre empresas dominadas pela organização, defraudando o Estado, mediante a diminuição do lucro tributável e a dedução indevida do IVA”, tendo sido ainda feita uma “candidatura e obtenção fraudulenta de subsídios, bem como a utilização desses proventos em benefício das empresas e, igualmente, na aquisição de bens, móveis e imóveis”. “Na sua globalidade, estima-se uma vantagem patrimonial ilegítima superior a 7,5 milhões de euros”, admite a PJ.
Os detidos ficaram proibidos de contacto entre eles, proibidos do exercício de profissão (no caso dos contabilistas certificados), obrigados a apresentações periódicas e cauções, tendo ainda sido determinado o arresto de nove imóveis.
Na operação policial estiveram envolvidos 80 investigadores e peritos financeiros e informáticos da PJ e 37 elementos da Autoridade Tributária.