A coligação Portugal à Frente (PàF), de PSD e CDS-PP, venceu as Eleições Legislativas, tendo no concelho de Paredes conseguido um dos melhores registos do País e do distrito do Porto. A vontade dos portugueses foi clara e a coligação foi a mais votada, não imaginando os eleitores que exerceram com a mais profunda dignidade o seu direito de voto que o País estaria, após as eleições e os resultados, envolvido na instabilidade uma vez mais protagonizada pelos mesmos que o levaram a viver tempos difíceis.
Ainda na noite eleitoral o líder do Partido Socialista falou ao País dando a entender que respeitaria a vontade dos portugueses expressa na vitória da coligação PàF. Contudo, mal se ouviram as primeiras críticas internas à sua liderança começou aí a «intifada» analítica das estratégias que podem levar o PS a governar mesmo tendo perdido, nem que seja obrigado a coligar-se com aqueles a quem declinou a união de forças antes das eleições por incompatibilidades insanáveis, quer programáticas quer ideológicas.
Na altura em que escrevo este artigo são muitas as certezas mas acabo de receber a informação de que António Costa considera terá mais condições para governar do que Pedro Passos Coelho. Isto pode mesmo vir a descambar não sei para onde, mas pode acabar muito mal. Será que o povo português pode vir a ser governado por uma coligação que não concorreu ao último sufrágio? Se assim for, não haveria direito ou lugar ao exercício de nova escolha? Qual das duas coligações os portugueses querem?
Em 2009, António Costa disse isto: “Os portugueses conquistaram um direito a que não podem nem devem renunciar: o direito a que os governos não sejam formados pelos jogos partidários, mas que resultem de vontade expressa, maioritária, clara e inequívoca de todos os portugueses”. Isto a propósito de não aceitarem a indigitação de Pedro Santana Lopes como primeiro-ministro em substituição de Durão Barroso. Foi tal a algazarra que aquele Governo durou quatro meses…
Tudo isto porque António Costa prefere levar qualquer coisa para o Largo do Rato, nem que seja ilegítima, a justificar-se como derrotado junto dos seus camaradas.
Os paredenses e os portugueses merecem que o líder da Coligação continue a ser o Primeiro-Ministro de Portugal. Só faltava agora o líder do PS em Paredes, Alexandre Almeida, vir dizer que o PS ganhou em Paredes, quando perdeu em toda a linha mesmo na sua própria freguesia.