A plena acessibilidade é essencial para a qualidade de vida dos cidadãos e do pleno exercício dos seus direitos, sendo membros participantes de uma comunidade governada pelos princípios de uma sociedade democrática.
Mas, falta de acessibilidade e desrespeito são um desafio para as pessoas com necessidades especiais quer a nível visual, auditiva ou locomotora.
Viver com qualquer tipo deficiência é uma luta diária para o ser humano. Já não bastava a difícil e árdua tarefa de ter que enfrentar diariamente o desrespeito e a desigualdade a que são submetidos por parte da sociedade.
Este assunto parece uma realidade bastante distante do nosso concelho, mas, infelizmente não é.
Se por momentos largássemos as tecnologias e observássemos tudo o que se passa à nossa volta conseguíamos, facilmente, destacar alguns entraves para estes cidadãos.
Assim, destacar-se-á logo os estacionamentos prioritários, existem é certo, mas nada adiantará se ao lado desse mesmo está um degrau. Ou seja, a pessoa em causa terá que se deslocar na estrada até que, finalmente, encontre uma rampa para puder subir para o passeio e circular em segurança.
Ainda dentro deste assunto, também é de saltar á vista que no nosso Centro de Saúde o estacionamento prioritário está a uns bons metros distante da entrada, e mais uma vez o utente tem que andar na berma da estrada até encontrar a dita rampa para subir em segurança. Não seria uma melhor opção um estacionamento prioritário, com todas as condições necessárias mais perto da entrada do centro de saúde.
Outro ponto importante é a rede de multibancos do concelho, não é adequada nem adaptada para as pessoas de cadeiras de rodas usufruírem. Faremos o exercício de nos sentar em frente a um multibanco e tentar usar, é impossível.
Centremo-nos no Centro da nossa Vila de Lousada que á pouco tempo foi alvo de muitas alterações, é de realçar as casas de banho publicas, um cidadão com dificuldade locomotora como é que podem usa-las? Visto que para chegar até as mesma é preciso descer uns bons pares de escadas.
Numa altura em que a nossa CML promove o comércio local porque não sensibilizar os comerciantes a possuírem de um provedor e roupa adaptado aos clientes de baixa mobilidade ou de cadeira de roda; de colocarem á entrada dos seus estabelecimentos uma rampa para que todas as pessoas pudessem entrar/sair autonomamente, etc.
Todos nós, diariamente, na rua deparamo-nos com um semáforo vermelho em que muda de cor e sabemos que podemos fazer a travessia da rua em segurança, mas, nesta situação como é que uma pessoa com deficiência visual faz? Pois, em todos os semáforos seria importante a existência de um alerta sonoro para que pudessem saber quando podem realizar a sua passagem em segurança. A construção de pisos tácteis seria importante para terem a perceção da existência de uma passagem para peoes.
Nestes pormenores assegurávamos a garantia de uma melhor qualidade de vida aos cidadãos.
É necessário que ocorram muitas adaptações e melhorias no nosso Concelho, para que sejamos uma Vila para todos os cidadãos. Mas, para tal será necessário um investimento em colocação de pisos tácteis, sons de alerta, barras ou corrimões nas entradas de edifícios, cobertos etc.
Para finalizar, proponho que apontemos a faca para nós e pensemos como reagiríamos nestas faltas de condições.
Somos jovens, mas não sabemos os dias de amanhã.
Com estas pequenas grandes mudanças Lousada seria uma Vila DIFERENTE.
Rafaela Silva, militante da JSD Lousada
