Rui Silva, presidente da comissão política do CDS-PP Paredes

As críticas à actuação de Rui Silva enquanto presidente da concelhia do CDS-PP de Paredes arrastam-se desde 2015. Em Julho desse ano, quatro elementos da comissão política pediram demissão devido à inação, ausência injustificada, desorganização, falta de comunicação e de pro-actividade do dirigente. De lá para cá, acusa António Macedo Lemos, um dos demissionários, nada mudou. O partido perdeu dinâmica e está a ser prejudicado pela continuidade desta comissão política, defende também Suse Cunha. “Rui Silva já se devia ter demitido”, abrindo portas ao rejuvenescimento do CDS-PP Paredes, defende o candidato à câmara pelo partido em 2013.

Rui Silva sustenta que o partido não está dividido e promete manter-se até ao final do mandato. Adianta ainda que está nos seus horizontes recandidatar-se e continuar “a mudança” que iniciou no CDS-PP Paredes.  “Isto é sede de poder”, resume.

 

“Quanto mais se prolonga no tempo, mais esta comissão política prejudica o partido”

No final de Fevereiro, o plenário concelhio do CDS-PP de Paredes reuniu para eleger os cinco delegados ao XXVI Congresso Nacional do CDS-PP. Foram apresentadas duas listas e a que elegeu mais elementos – quatro –, foi a liderada por Suse Cunha. Estes delegados – Suse Cunha, António Lemos, Luís Carvalho, Jorge Silva e Francisco Couto – vão a Gondomar, nos dias 12 e 13 de Março, participar na eleição do novo presidente do CDS-PP.

A lista vencedora, integra alguns dos elementos que, em Julho de 2015, se demitiram da comissão política liderada por Rui Silva. Na altura, as críticas de António Macedo Lemos, José Miguel Garcez, Augusta Monteiro e Suse Cunha, prendiam-se com a ausência do presidente da comissão política do CDS-PP Paredes em actividades do partido, nas Assembleias Municipais, na tomada de posições pessoais sem consulta da comissão política, de falta de comunicação e de agendamento de reuniões.

E de lá para cá, nada mudou, defende Macedo Lemos ao VERDADEIRO OLHAR. Por isso, é que este grupo de pessoas resolveu avançar com uma candidatura para eleger delegados ao congresso do partido. “Não estamos demitidos do partido. Temos participado em bastantes acções e continuamos activos”, refere Suse Cunha. O CDS-PP Paredes perdeu dinâmica e está a sair prejudicado de todo este processo, sustentam. “Na minha opinião, Rui Silva já se devia ter demitido. Quanto mais se prolonga no tempo, mais esta comissão política prejudica o partido, que não vai ter tempo para se regenerar e trabalhar”, alega Macedo Lemos. “Neste momento, não lhe reconheço representatividade local partidária. Ele agarrou a comissão política como tábua de salvação”, acrescenta. Isto torna-se ainda mais grave por se estar a aproximar um período eleitoral autárquico. “Partido que não aparece não é lembrado”, resume Suse Cunha.

Estes e outros militantes estão a preparar uma lista para se candidatar às próximas eleições internas do partido. O objectivo é rejuvenescer, garantem.

 

“Isto é sede de poder”, diz Rui Silva

Esta não é a visão de Rui Silva. O presidente da comissão política do CDS-PP Paredes garante que fica até ao final do mandato e que está nos seus horizontes recandidatar-se ao cargo. “Quero continuar a traçar um rumo diferente do que o que levou ao descalabro nas últimas eleições autárquicas. Depois dessa derrota, algo tinha que mudar”, realça. “A mudança tem que continuar a ser feita, mas não é por eles”, acrescenta. Recorde-se que a lista candidata à câmara foi encabeçada por Macedo Lemos.

“Sinto-me apoiado. E o partido não está dividido”, sustenta Rui Silva. O dirigente diz ainda que é mentira que o partido não reúna. “Temos reunido com frequência, quase sempre mais que uma vez por mês”, adianta, confirmando que houve realmente um hiato temporal entre as reuniões antes de estes elementos apresentarem demissão, motivado por questões pessoais. “Mas foram só cerca de dois meses”, frisa.

“Isto é sede de poder”, diz sobre esta atitude destes militantes.