“Uma verdadeiro revolução” no românico a Norte de Portugal. É desta forma que é classificada a assinatura de um protocolo que envolve a CCDR Norte, a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal e a Associação de Municípios do Vale do Sousa e que visa estender esta estrutura a toda a região norte do país.
Firmada no Centro de Interpretação do Românico, em Lousada, esta ideia traduz-se numa união que vai levar a Rota do Românico a uma “nova fase” ao destacar “o românico no Norte de Portugal como um todo, sendo que todos os municípios podem fazer parte deste novo modelo de gestão que se apresenta mais robusto e articulado”.
O presidente da Valsousa, Nuno Fonseca, considerou ao VERDADEIRO OLHAR, que “este protocolo vai revolucionar a Rota do Românico” ao dar-lhe “um novo alento para a sua ampliação”, porque vai abrir portas a 86 municípios e garantir o acesso “a financiamento comunitário.” Neste compromisso de alargamento “o Norte ganha uma nova centralidade cultural e turística, ancorada na valorização de um legado que o distingue e funde.”
Já o presidente da CCDR NORTE, António Cunha, apelidou este dia como sendo “feliz para a cultura e para o património da Região Norte”, porque esta nova forma de trabalhar vai permitir uma “estruturação, desenvolvimento, dinamização e promoção do projeto ‘Rotas do Norte’, nomeadamente da Rota “Românico a Norte”, objeto cultural e produto turístico de relevância estratégico nos Planos de Ação da Cultura e do Turismo NORTE 2030, aproveitando do legado e experiência do projeto “Rota do Românico”.
Também Luís Pedro Martins, da Turismo do Porto e Norte de Portugal, enalteceu a parceria de entendimento e cooperação entre a CCDR NORTE e a TPNP, referindo que se trata de “um momento histórico para a Região, pois é a primeira vez que existe uma estratégia conjunta entre cultura e turismo”.
Por sua vez, o Vice-Presidente da CCDR NORTE, Jorge Sobrado explicou que “este protocolo marca o início de uma nova fase da Rota do Românico tal como a conhecemos. É o início da refundação do projeto. A Rota do Românico estender-se-á a toda a Região Norte, alargará o seu itinerário, adquire maior sustentabilidade e condições de internacionalização, e aumentará a influência da sua marca. É um exemplo de iniciativa dos seus municípios fundadores e é uma prova de maturidade regional.”
“Rota do Românico ganhou com este projeto uma nova responsabilidade”
Instada sobre esta parceria, Rosário Machado, diretora da Rota do Românico, disse ao VERDADEIRO OLHAR que este projeto é “um bocadinho” seu já que esteve, desde a primeira hora, “envolvida” nesta ideia. Para além disso, apontou que a casa que dirige, que faz 27 anos, ganhou um “know how” ao longo deste percurso, o que lhe permitiu ter experiência, sendo certo que este projeto acresce “uma grande responsabilidade” a esta estrutura com sede em Lousada. Rosário Machado acredita que fazia todo o sentido “dar caminho a esta projeto e agarrá-lo”, porque sempre acreditou, a par com a sua equipa, que “a Rota ganhava força se se alargasse”.

Refira-se que, a Rota do Românico é um projeto turístico-cultural, que reúne, atualmente, 58 monumentos e dois centros de interpretação, distribuídos por 12 municípios dos vales do Sousa, Douro e Tâmega (Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Resende), no Norte de Portugal.
Com este protocolo pretende-se a reforma do modelo institucional de gestão da Rota do Românico, conformando-o à escala regional do Norte de Portugal e aos desafios de viabilidade e sustentabilidade, e qualificando a sua estrutura de gestão, sendo que os imóveis e bens a integrar na Rota “Românico a Norte” seguem os princípios programáticos e referenciais adotados pela Comissão de Gestão das “Rotas do Norte”, designadamente nos respetivos “Critérios de adesão e de reconhecimento” “Termos referenciais do procedimento de atribuição do selo Rotas do Norte”, publicados no site da CCDR NORTE.
O Plano de Ação Regional para a Cultura NORTE 2030 estabelece como uma das suas iniciativas estruturantes a organização, gestão e promoção de rotas turísticas regionais de Património Cultural, designadas de “Rotas do Norte”, identificando a Rota “Românico a Norte”, como uma delas.
Para além da Rota “Românico a Norte”, foram já celebrados protocolos para a dinamização das Rotas “Arte e Arquitetura Contemporânea a Norte”; “Arte Rupestre” e “Escritores a Norte”. As Rotas do Norte incluem ainda as Rotas “Castros a Norte”; “Castelos e Fortalezas a Norte”; “Património Industrial a Norte”; Rede do Património Religioso; “Catedrais a Norte”; “Órgãos a Norte”; “Mosteiros e Conventos a Norte”; “Talhas, Azulejos e Frescos a Norte”; Caminhos de Santiago a Norte”; Património Imaterial a Norte” e Rota dos Jardins Históricos.