Tem a Câmara de Valongo, de que a CDU também faz parte, uma boa prática de reunir uma vez por ano em cada Freguesia do Concelho.
Das reuniões, que normalmente se fazem à tarde, experimentou-se fazê-las descentralizadas, à noite, para permitir a quem trabalha poder assistir às que se fazem uma vez por ano, nas localidades de cada um. Chega-se à conclusão que foi uma medida acertada.
Desta vez, calhou a Alfena receber a reunião de Câmara no passado dia 14 de Junho pelas 21 horas.
Sem nenhum ponto na Ordem de Trabalhos que tivesse significativa importância para a população daquela Freguesia, foi de estranhar à chegada a presença de pessoas para aquela reunião, que encheria por completo a sala de reuniões do Centro Cultural de Alfena (quase inédito).
Viemos a saber depois (os que antes não sabiam e não eram todos) que já na véspera tinha havido uma reunião da população com a Junta de Freguesia em que se discutira alguns assuntos considerados de grande importância para aquela localidade, que são da responsabilidade da Câmara, e, por isso, convinha aproveitar a reunião do dia seguinte, para questionar o Presidente da mesma, assim como os Vereadores com responsabilidades.
E se na véspera foi criada alguma expectativa, no dia essa tornou-se realidade.
MAS HÁ QUEM NÃO ESTEJA A DORMIR !
Chegados ao ponto destinado à intervenção do público, e depois de dada a palavra a essas pessoas, alguns «ingénuos» acreditaram estar a assistir a um exercício de tolerância tão democrática, que permitiu a todos assistir a «intervenções» que não faziam sentido nenhum, a não ser contribuir para levar os restantes ao cansaço e a abandoarem a reunião, impedindo-os assim de assistir, aí sim, à discussão dos assuntos que a todos devia dizer respeito.
SÓ QUE TAMBÉM NÃO É SÓ DE UM LADO QUE NÃO SE DORME!
É que dando a entender que, apercebendo-se da manobra, as pessoas aguentando a pé firme e assistindo à discussão ao mesmo tempo que nela também participavam, foi assim que melhor se aperceberam do que estava em causa.
Na discussão do leito do Ribeiro de Junceda, que uma vez que é inexistente no Verâo apenas contém os efluentes da Plataforma Jerónimo Martins, e que fruto dessa discussão ficou a promessa de uma visita de responsáveis políticos acompanhados por técnicos ao local e de uma maior atenção sobre o assunto; da importância que teria por parte da Câmara a cedência da Escola do Xisto à Junta de Freguesia de Alfena; na busca de uma solução para os grandes problemas que se colocam, cada vez mais, às pessoas da zona da Rua nossa Senhora do Amparo, entre outras várias questões.
E assim, vencendo o cansaço que para muitos era após um dia de trabalho, as pessoas aguentaram de pé firme até cerca da uma hora e meia da manhã.
Que bela lição de civismo e participação na vida colectiva de um povo. Assim fosse sempre assim.