Depois de ter denunciado que o aterro de resíduos não perigosos da RIMA, em Lustosa, está a receber centenas de camiões de resíduos alegadamente vindos de Itália, o PSD Lousada, não satisfeito com a acção da autarquia e a resposta da empresa, veio exigir a criação de uma “Comissão Independente para analisar os resíduos que têm sido depositados no aterro”.
“Se a Comissão concluir que os resíduos depositados são perigosos, deve proceder-se à sua remoção e o aterro tem que ser imediata e definitivamente encerrado”, defendem os vereadores social-democratas, pela voz de Leonel Vieira.
Esta comissão deve integrar especialistas na área do ambiente a indicar por duas universidades, representantes de duas associações ambientais de reconhecido mérito, um representante da Junta da União das Freguesias de Lustosa e Barrosas (Santo Estevão), um representante da Junta de Freguesia de Sousela e um representante da Câmara Municipal de Lousada.
Em nova carta endereçada ao presidente da Câmara de Lousada, o PSD criticou a resposta do município a este problema. “Concluímos que a Câmara Municipal de Lousada, apesar de ser accionista da RIMA, lamentavelmente ignora o que se passa no aterro”, apontam, lembrando que este aterro foi construído em 2008 para tratar dos resíduos não perigosos do Vale do Sousa que não devem ser depositados nos aterros da Ambisousa. “Nunca esteve prevista a importação de resíduos”, alegam.
Na mesma missiva, os vereadores eleitos pelo PSD salientam que “a importação de resíduos de Itália, mais precisamente de Salerno, próximo de Nápoles, é muito preocupante, pois é público que nesta região funciona há muito o tráfico de resíduos perigosos, nomeadamente, industriais e hospitalares, lama e cinzas de centrais de energia, hidrocarbonetos pesados, resíduos de alumínio e água industrial, entre outros materiais”.
“Lousada tem estado na linha da frente na protecção ambiental e esse tem que ser o caminho, por isso não queremos ver publicamente o município de Lousada associado a negócios pouco claros na área dos resíduos”, sustentam ainda, dizendo que o pedido de suspensão da deposição dos resíduos no aterro feita pela autarquia não basta.
Recorde-se que depois de algumas denúncias a Câmara de Lousada pediu explicações à empresa e a várias entidades que fiscalizam o aterro. Exigiu ainda a suspensão imediata da deposição destes resíduos alegadamente vindos de Itália.
Ao Verdadeiro Olhar, a RIMA respondeu que está a cumprir a lei e que é frequentemente auditada.