O PSD Paredes acusou, ontem, em conferência de imprensa, o executivo socialista de iludir os paredenses divulgando dados de estudos de forma “enviesada”. “Tentou-se vender uma ilusão de que Paredes está no 17.º lugar a nível nacional com a melhor governação autárquica e não é a isso que corresponde” o estudo recentemente lançado pela Ordem dos Economistas e coordenado por um ex-autarca socialista, o Ranking Municipal Português.
“Se o executivo se preocupa com estudos que os leia até ao fim e não os use para se auto-promover de forma falaciosa, mas para fazer uma auto-crítica e definir estratégias para melhorar a vida das pessoas”, sustentou Ricardo Sousa, presidente da comissão política do PSD Paredes.
Governação versus Governança
Num estudo com vários itens, o executivo socialista optou por mostrar só uma parte da realidade e ainda induzir os paredenses em erro, acredita o PSD.
“Num título em maiúsculas, pode ler-se num post no Facebook do município ‘Paredes: 17.º Município com melhor governação do país’. Os paredenses, ao lerem tal, interpretam que o executivo de Alexandre Almeida está a governar muito bem. É esta a mensagem que o presidente e executivo querem passar. Mas, infelizmente, tal não corresponde à verdade”, alega a comissão política do PSD.
É que o que Alexandre Almeida chama de “governação” são afinal itens que avaliam a governança, entre eles a taxa de abstenção, a transparência do município, o orçamento participativo, a estabilidade política, a percentagem de votação do partido mais votado e a participação pública nas reuniões. “Estes itens têm um peso na avaliação final de 10% apenas. O que é que estes indicadores têm a ver com a imagem de boa gestão que Alexandre Almeida quer vender aos paredenses? Nada!”, sustentam os social-democratas, afirmando que o autarca está a “mentir aos paredenses” de forma “deliberada”.
Mais que isso, o executivo socialista esconde outros dados, como o facto de, no mesmo estudo, Paredes ter caído 155 posições, de 74.º para 229.º no ‘serviço prestado aos cidadãos’. “Mas para isto não usa o senhor presidente as redes sociais. Porquê? Porque estes resultados, presentes no mesmo estudo, não lhe interessam. Mas interessam aos paredenses, porque têm a ver com a sua vida quotidiana: os indicadores deste estudo incluem os serviços económicos, água, saneamento básico, acesso e qualidade dos transportes urbanos, apoios sociais, o nível de qualificação, os estudantes que terminam o ensino secundário, a área verde a dividir pelo número de fogos do município, cultura, desporto, número de espectadores”, dá como exemplo o PSD.
“O item de Governance nada tem a ver com o desempenho do executivo camarário. O ponto que melhor mede o desempenho, o de serviço aos cidadãos, é aquele em que Paredes tem a pior classificação, numa queda de 155 lugares face a 2016”, salienta o partido da oposição. “Isto preocupa-nos bastante”, garante Ricardo Sousa.
Este estudo, como o anterior da Bloom Consulting, mostram que o concelho “regrediu por inércia do executivo municipal” socialista, mais interessado em promover a imagem do presidente nas redes sociais.
Apoios desiguais às freguesias
Numa breve alusão ao mandato de Alexandre Almeida, Ricardo Sousa alegou que ainda não foi apresentada qualquer obra deste executivo que esteja finalizada e que “têm ficado muito aquém das expectativas criadas”.
O PSD promete denunciar, em breve, as desigualdades de tratamento das juntas de freguesia. “Tem havido discrepância de valores nos apoios às freguesias. Houve uma freguesia que já recebeu mais de 300 mil euros e outras apenas cinco a seis mil euros. As primeiras quatro freguesias com mais apoios são todas socialistas”, apontou.
