Depois de meses a aguardar a abertura, a unidade de cuidados continuados de longa duração e manutenção, em Gandra, Paredes, abriu portas há cerca de duas semanas. Hoje, volta a fechar portas já que foram encontrados quatro casos positivos de COVID-19 entre os 20 utentes que receberam.
Os infectados já seguiram para o hospital. Os restantes, cujos testes deram negativos, estão hoje a ser retirados da instituição e serão colocados do Hospital da Misericórdia de Paredes. Os colaboradores vão fazer isolamento profiláctico em casa e as instalações terão de ser desinfectadas.
A unidade, concluída desde o ano passado e a aguardar autorização de abertura, foi activada há 15 dias e esgotou capacidade rapidamente, ficando com 20 utentes a cargo.
Há cinco dias alguns utentes demonstraram sintomas suspeitos, conta António Rocha, presidente da Instituição Particular de Solidariedade Social Olhar Atento, acreditando que já vieram infectados com o novo coronavírus das unidades hospitalares de onde vieram transferidos, já que não foram testados. “Ainda alertei, mas havia urgência em retirá-los dos hospitais e com lógica”, admite
Perante as suspeitas, a unidade recebeu ordem para “fechar”, ficando os funcionários lá dentro, em isolamento com os doentes, até serem feitos os testes. “Os utentes foram logo colocados em quartos separados e tomados todos os cuidados”, adianta o dirigente.
Depois de uma primeira visita do INEM, para avaliar a situação, os testes foram feitos no sábado. Quatro pessoas, já com idade e “debilitadas”, eram casos positivos. “Falamos com a autoridade de saúde e veio cá o INEM. Fizeram os testes e os quatro infectados foram transportados durante a noite para o hospital, alguns para o Padre Américo, em Penafiel”, refere António Rocha.
Os restantes doentes e funcionários, cujos testes são negativos, estão a ser evacuados hoje. Os utentes estão a ser transportados pelos bombeiros para o hospital da Santa Casa da Misericórdia de Paredes. Já os funcionários, os seis que ficaram isolados com os doentes, farão quarentena em casa, por ordem da Direcção-Geral da Saúde.
Segundo António Rocha, uma outra funcionária da instituição já tinha testado positivo e estava em casa. “Deve ter apanhado o vírus cá, apesar de os funcionários estarem bem equipados e protegidos. Ela está sem sintomas e estável”, refere o presidente da Olhar Atento.
À instituição resta fechar portas para já. “Vamos ter de fechar durante 15 dias, para proceder à desinfecção do espaço”, adianta, acrescentando que tem contado com o apoio da delegada de saúde local e da Câmara Municipal de Paredes, entre outras entidades.