O presidente da Câmara Municipal de Paredes anunciou hoje que vai solicitar um Estudo de Impacte Ambiental (EIA) para a unidade de valorização orgânica de resíduos, a construir na zona industrial de Parada/Baltar.
O anúncio surgiu em reunião do executivo municipal, após a insistência do vereador social democrata sobre a necessidade deste parecer. Apesar de dizer que não é necessário, Alexandre Almeida acabou anuir e dizer que ia ser solicitado à Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Ricardo Sousa lembrou que, “há dois anos”, o presidente do município prometeu pedir este estudo, porque “enquanto não tivesse a garantia que a zona estaria protegida, a construção da unidade não iria avançar”.
“Comprometeu-se a apresentar, no prazo de 60 dias o referido estudo, que permitisse dar luz verde ao projeto, assim como o “Estudo de Custo – Benefício para a economia local”, mas “os meses passaram e nada foi” feito, lamentou o vereador da oposição.
Sobre o ‘Parecer Técnico para a Seleção dos Biofiltros para a Unidade de Valorização Orgânica de Biorresíduos do Vale do Sousa’, elaborado pelo Instituto do Ambiente e Desenvolvimento (IDAD), Ricardo Sousa não se mostrou convencido. “Não garante, em momento algum”, a “inexistência de impactos” que possam advir da “fábrica do lixo”, nem que “não haverá maus cheiros em Baltar”.
“Mesmo não sendo necessário não custa nada fazê-lo” disse, no final do encontro, Alexandre Almeida aos jornalistas. Porque o mais crítico neste projeto seriam os “odores”, mas essa questão ficou sanada com o parecer técnico.
Outras consequências que poderiam resultar da nova estrutura, seriam o número de viaturas que, diariamente, vão chegar à unidade, mas serão “25 mil toneladas de resíduos por ano”, sendo que o número de camiões que ali poderão descarregar são “seis”, afetos aos seis municípios envolvidos.
“A quantidade que temos de camiões de lixo a circularem no concelho de Paredes, todos os dias, é muito superior a esse número”, acrescentou.
A finalizar, Alexandre Almeida não deixou de dizer que, “tomara a Lipor que não fizemos a unidade de valorização de resíduos orgânicos em Baltar”, porque assim “iria ganhar dinheiro com os nossos resíduos e não os municípios da Ambisousa”.
Recorde-se que, a Ambisousa lançou uma candidatura para um investimento superior a 17,5 milhões de euros que vida construir, até 2023, no Parque Empresarial de Parada/Baltar, “pelos bons acessos, por ser uma zona industrial em que a unidade se enquadra e por permitir a injeção direta do biogás que será produzido na rede de gás natural”, uma unidade de valorização orgânica.
Quando estiver a funcionar em pleno, o equipamento vai tratar 25 mil toneladas de bio-resíduos por ano, gerando 1,2 milhões de metros cúbicos de biometano (biogás) e 8.200 toneladas de composto (fertilizante).
A promessa é de que será um equipamento moderno e sem impactos no ambiente. Funcionará num “pavilhão fechado sem possibilidade de emissão de gases ou cheiros”.