Queixando-se de falta de esclarecimentos sobre resgate da concessão de água e saneamento lançado pelo executivo socialista da Câmara de Paredes, o PSD defende a criação de uma comissão de inquérito para acompanhar o processo.
“A Comissão Politica do PSD de Paredes, através dos deputados do Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata na Assembleia Municipal, requereu a inclusão na Ordem de Trabalhos da Assembleia Municipal marcada para o próximo dia 19 de Dezembro” um ponto para a “constituição imediata de uma comissão de inquérito às negociações e decisão de resgate do contrato de concessão da exploração e gestão dos sistemas de abastecimento de água e de recolha, tratamento e rejeição de efluentes do concelho de Paredes, celebrado com a Be Water – Águas de Paredes”, explica o partido em comunicado.
O PSD Paredes diz ainda acreditar que todos os eleitos daquele órgão vão votar favoravelmente a criação desta comissão para “acompanhar de uma forma transparente todo este processo nubloso”. “Quem não deve, não teme “, salienta Ricardo Sousa, presidente da comissão política.
No documento enviado à comunicação social, os social-democratas lembram que defenderam a rescisão de contrato por justa causa e não a proposta de resgate de Alexandre Almeida que implica o pagamento de 22 milhões de euros e um “perdão” de 31 milhões de euros de investimento à concessionária.
“Há cerca de um mês o Jornal Económico, com chamada à primeira página, dizia em título: ‘Be Water quer 200 milhões por resgate em Paredes’. O PSD de Paredes solicitou em carta ao presidente da Câmara, respostas transparentes a diversas questões, como, por exemplo, se era verdade ou não que a Be Water pretendia ser indemnizada com 200 milhões de euros para que o resgate da concessão em Paredes se concretizasse?” e até hoje diz-se sem resposta.
Ricardo Sousa frisa que teme que o futuro do concelho fique hipotecado com este processo.
Assembleia MUnicipal extraordinária dá seguimento ao resgate
Contactada, a Câmara de Paredes não se pronuncia sobre este apelo do PSD, mas adianta que no dia 28 de Dezembro será realizada uma Assembleia Municipal Extraordinária para dar seguimento ao processo de resgate da concessão. Já passaram os 30 dias em que a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos podia emitir o seu parecer, o que não aconteceu.
A partir deste acto administrativo passará a contar o prazo de um ano até que fique concretizado o resgate e a Câmara possa municipalizar os serviços de água e saneamento, em 2022.