“Alexandre Almeida enganou os paredenses, mormente as populações de Lordelo e de Rebordosa. Tem que ser punido por esta falsa promessa que colocou em causa a saúde e o bem-estar das populações”, diz Ricardo Sousa, presidente do PSD Paredes e vereador na Câmara Municipal, que adianta que pondera “apresentar uma queixa-crime contra o edil de Paredes pelo crime ambiental que está a cometer”. Em causa estão a situação de poluição no Rio Ferreira, causada pelo mau funcionamento da ETAR de Arreigada, e as promessas feitas e não cumpridas pelo presidente da Câmara de Paredes.
“A situação é insuportável para as populações de Lordelo e Rebordosa. Há infelizmente pessoas a sofrer com as consequências da poluição do Rio Ferreira, tanto a nível de saúde como a nível económico. No concelho de Paredes há um responsável por esta situação, devido às suas acções e sobretudo às suas omissões: Alexandre Almeida. Este edil, e está em diversas actas de reunião de câmara, promete desde 2018 a resolução deste flagelo ambiental”, sustenta o social-democrata, acrescentando que o autarca “andou a mentir aos paredenses e a permitir que acontecessem graves problemas ambientais durante todos estes anos”.
Ricardo Sousa remete para a última reunião de executivo e para as afirmações proferidas por Alexandre Almeida de que “o problema do Rio Ferreira terá que ser resolvido pelo Governo”.
“Há anos que o PSD, de forma recorrente, seja através dos vereadores, seja do presidente da junta de freguesia de Lordelo e até dos deputados da Assembleia da República, vem alertando para a gravidade da situação e para a ineficácia da solução existente. A ETAR da Arreigada é uma solução manifestamente insuficiente para esta grave situação. Alexandre Almeida optou sempre por ignorar os avisos que lhe foram sendo feitos de vários quadrantes, apresentava sempre uma resposta de algibeira, do género agora é que vai ser. Mas infelizmente, nunca foi!”, argumenta o PSD Paredes em comunicado.
Depois de várias reuniões com representantes da Câmara de Paços de Ferreira e de se ter posto em cima da mesa uma ligação de uma emissário da ETAR de Arreigada à ETAR de Campo, em Valongo, para resolver o problema da falta de capacidade de tratamento nada aconteceu, e o autarca referiu agora que isso também não seria solução. Estas promessas repetidas fizeram do Rio Ferreira “um esgoto a céu aberto e sem vida”, estando a população “indignada” com este crime ambiental. “Os moradores queixam-se de um cheiro intenso e sujidade permanentes e alguns já chegaram mesmo a mudar de casa”, aponta Ricardo Sousa, frisando que há análises que comprovam que a água do Rio Ferreira está contaminada com salmonelas e bactérias.
Contactada, a Câmara de Paredes remete resposta para as declarações proferidas por Alexandre Almeida em reunião de executivo. O autarca disse que “terá de ser feito um novo investimento de raiz para colocar uma ETAR definitivamente a funcionar como deveria”, que a “Câmara de Paços de Ferreira concluiu que os equipamentos não funcionam como era suposto e já avançou com uma acção em tribunal contra a empresa responsável pela instalação da ETAR” e que “terá de ser feita uma nova ETAR que vai complementar a que já existe, com tecnologia diferente”. “Aquela não só falhou na tecnologia, mas pelo que está a ser verificado, mesmo que a tecnologia não falhasse, iria ser insuficiente para tratar os efluentes para os quais estava destinada”, afirmou em relação à actual ETAR que resultou de um investimento superior a cinco milhões de euros.