O PSD Lousada votou, esta segunda-feira, contra o novo tarifário de água e saneamento, águas residuais e resíduos sólidos urbanos proposto pelo executivo do PS, liderado por Pedro Machado.
Leonel Vieira, vereador social-democrata, justificou a posição laranja com o facto do partido nas últimas e penúltimas eleições autárquicas ter defendido, no seu manifesto eleitoral, a diminuição das tarifas da água e do saneamento.
“Entendemos que o município tem condições financeiras para o fazer e com a redução da tarifa do preço da água e do saneamento seria possível mais utentes aderirem à rede, o que proporcionaria um efeito escala que permitiria que com a adesão de mais utentes. O município não veria as suas receitas diminuídas. Por outro lado, esta não deixa de ser uma medida ambiental na medida em que permite criar condições para que mais cidadãos e empresas instituições adiram à rede de água e saneamento”, expressou.
Quanto à questão do tarifário dos resíduos sólidos urbanos, Leonel Vieira advogou que o serviço prestado ao longo dos anos que é deficitário, nomeadamente, o número de contentores existentes.
“A partir de 2020, resultado de um concurso público que foi este ano concluído haverá um novo operador em Lousada, uma nova empresa que fará a recolha do lixo quer em Lousada quer em Felgueiras. Segundo o presidente da Câmara de Lousada, o município irá pagar menos por essa recolha. Obviamente, se vai pagar menos por essa recolha faz todo o sentido que repercuta essa dimensão dos custos nos consumidores. Daí termos votado contra o aumento que foi proposto. Por outro lado, Lousada é dos concelhos da região que pratica preços mais elevados na taxa de recolha do lixo”, sustentou o vereador. “Uma outra razão que nos levou a votar contra o aumento do novo tarifário tem a ver com o serviço prestado ao longo dos anos que é deficitário, nomeadamente, com o número de contentores colocados no concelho. Verificamos, também, que nos últimos anos tem diminuído o número de dias de recolha do lixo nas freguesias”, explicou, saudando ao facto do executivo socialista ter acolhido no Plano de Actividades e Orçamento para 2020, algumas das propostas feitas em sede de reunião de câmara pelo PSD.
“Congratulamos o município por ter acomodado a subida do valor das bolsas de estudo para o ensino superior de 30 mil euros para 50 mil euros ano. A outra proposta que mereceu também a consideração do actual executivo foi o aumento do montante a ser aplicado nas obras na Rua São Veríssimo, na freguesia de Nevogilde, embora esta verba não seja suficiente para a obra que é necessário realizar”, confessou, sustentando, no entanto, que o partido mantém o voto de abstenção relativamente aos documentos previsionais que vão ser votados, dia 30, em Assembleia Municipal.
“Entendo que a oposição tenha que fazer e dizer alguma coisa e é sempre simpático afirmar que os impostos devem estar no mínimo, embora fiquem depois sem grandes argumentos quando é sabido que o município tem os impostos praticamente no mínimo”
O presidente da Câmara de Lousada, Pedro Machado, criticou a posição do PSD em propor redução de tarifários, acusando o PSD de “demagogia”.
“Entendo que a oposição tenha que fazer e dizer alguma coisa e é sempre simpático afirmar que os impostos devem estar no mínimo, embora fiquem depois sem grandes argumentos quando é sabido que o município tem os impostos praticamente no mínimo. Quando a oposição fala em baixar os tarifários isso é demagogia porque os tarifários que temos são os estritamente necessários para que tenhamos a necessária cobertura de gastos, sob pena de começarmos a cavar um buraco com défices de tarifários e isso não pode acontecer”, sustentou. “Não podemos vangloriarmos que temos uma câmara de boas contas e começar a cair nesta tentação de, para agradar eleitoralmente, entrar em devaneios. Os tarifários são suportados por entidades que têm a regulação do sector, no caso, a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, e para aprovar esses tarifários temos de ter esse parecer favorável, sendo necessário comprovar que os mesmos são necessários para que o sistema sejam auto-suficientes. No caso concreto estamos a falar, a exemplo do que aconteceu em anos anteriores, de uma mera actualização em função da inflação e não existe aqui nenhuma actualização extraordinária. É aquilo que é normal e que decorre da inflação. Nada mais do que isso”, manifestou.