A comissão política do PSD de Paços de Ferreira emitiu um comunicado em que critica “o silêncio” do executivo socialista que lidera a Câmara Municipal e se diz preocupado com o aumento do número de casos no concelho. Os social-democratas pedem acção e voltam a questionar o que levou ao encerramento do centro de rastreios no concelho.
“Os últimos dados sobre a situação da pandemia Covid-19 no nosso concelho deixam-nos extremamente preocupados”, escreve o PSD pacense, dizendo que as entidades responsáveis por zelar pela propagação da doença em Paços de Ferreira “não têm desempenhado o seu papel”. “Neste momento, no concelho o crescimento do número de infetados é o mais elevado de toda a região. É hora de agir!”, apela o partido liderado por Alexandre Costa. “O PSD não entende o silêncio que invadiu a nossa Câmara Municipal e, sobretudo, Humberto de Brito”, apontando, lembrando que o presidente da autarquia lançou, no início da pandemia, várias mensagens aos empresários e população, “algumas de carácter intimidatório e ofensivo”. “Hoje, que temos um crescimento avassalador do número de casos no concelho, a Câmara Municipal de Paços de Ferreira não tem uma única mensagem para a população?”, questionam os social-democratas no comunicado enviado à comunicação social.
“Não pode o poder político estar inoperante! Hoje, as nossas empresas começam a encerrar, porque os seus funcionários estão a ficar infectados. Aqui, defendemos que existam medidas municipais claras de apoio aos nossos empresários. Defendemos que seja criado um mapa de apoio às nossas empresas e estamos disponíveis para, juntamente com a maioria socialista, trabalhar já amanhã para que consigamos atenuar o impacto que os próximos dias terão no nosso tecido empresarial e no emprego de cada pacense. Temos de salvaguardar as nossas empresas e o emprego”, defende o PSD, criticando a inexistência de um plano para a comunidade. “O modo como o executivo liderado pelo doutor Humberto de Brito lidou com a 1.ª vaga da pandemia que nos assola, deixa-nos extremamente preocupados para o presente, quando porventura teremos uma 2.ª vaga mais penosa por todos os condicionalismos conhecidos”, referem. A culpa do aumento de casos no concelho também será do “desnorte” deste executivo, acreditam os social-democratas.
O partido quer também saber o que levou ao encerramento do centro de rastreios à Covid-19 instalado na Associação Empresarial de Paços de Ferreira, quando os pacenses “em confinamento profiláctico, estão a aguardar entre quatro a oito dias para realizar o teste de despistagem”.
“Este centro, tal como os demais existentes, estaria sobre a orientação das directrizes do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, logo atacar a sua fiabilidade não nos parece coerente. Não é compreensível que as entidades responsáveis pela saúde na nossa região, bem com a Câmara Municipal, tomem decisões por impulso num momento tão importante para a saúde de cada um de nós”, alega o PSD, dizendo que “não é aceitável que o centro de rastreios seja encerrado por mera birra individual do senhor presidente de Câmara Humberto de Brito, após ter realizado o teste ao Covid-19 neste centro e o resultado ter sido positivo”. “Pura e simplesmente o centro de rastreio encerrou envolto numa nuvem negra sem justificações”, criticam ainda.
“As próximas semanas serão duras, serão difíceis. Existem medidas que devem ser tomadas para que a saúde dos nossos pais, avós ou filhos seja assegurada. Defendemos que, desde já, a Câmara Municipal defina um plano para o fim-de-semana de dia 31 de Outubro a 2 de Novembro, junto dos nossos cemitérios. Sabemos que são dias com um enorme simbolismo na nossa terra, em que recordamos os nossos entes queridos que já partiram. Contudo, não podemos permitir um acesso desordenado aos nossos cemitérios e um contacto entre grandes aglomerados de pessoas”, defende o PSD pacense.
O Verdadeiro Olhar pediu esclarecimentos à autarquia, mas não obteve resposta.