“O nosso Serviço Nacional de Saúde está gravemente doente” e o Governo “já demonstrou que não tem soluções válidas para apresentar e, tal como os músicos do Titanic, vai tocando para entreter enquanto o navio afunda, deixando as pessoas à sua sorte”.

A acusação parte do PSD de Paredes após ter sido veiculado pelo Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que o Bloco de Partos is encerra, assim como deixavam de ser admitidos utentes para o Serviço de Urgência de Obstetrícia e Ginecologia, a partir da próxima quarta-feira, dia 1 de novembro.

Em comunicado, os sociais democratas sustentam que não faz sentido “empurrar estas pessoas para o Hospital de São João”, no Porto, porque, “para além de todos os incómodos que lhes vai causar, sobretudo na época difícil em que vivemos, vai também agudizar os problemas desse hospital”.

Por isso, na mesma nota, assinada pelo presidente da estrutura local, Ricardo Sousa, o PSD desafia “todas as forças políticas do concelho a juntarem-se a nós e a colocarem-se ao lado dos paredenses, exigindo dos nossos governantes o respeito e o tratamento que seja digno de um país que se diz de primeiro mundo”.

Os laranjas vão mais longe e relembram que, na recente visita feita ao CHTS, os maiores receios que tinham “confirmaram-se”, elencando que, desde 2016 a unidade “aumentou o seu quadro de pessoal aproximadamente em 900 pessoas”, ou seja, “passou de cerca de 1800 pessoas para cerca de 2800”. Mas, apenas foram contratados “pouco mais de 40 médicos”.

Se não houve reforço do pessoal médico nem de enfermagem, “quem são essas pessoas e com que objetivo foram contratadas”, questiona o PSD que diz que “parece que há dinheiro para tudo menos para o essencial”.

Recorde-se que, a semana passada, o CHTS, que inclui as unidades de Penafiel e Amarante, deu conta que por indisponibilidade de médicos que permitissem completar as escalas de urgência, o Bloco de Partos e a admissão para o Serviço de Urgência de Obstetrícia e Ginecologia iria encerrar, por tempo indeterminado, a partir das 00h00, do dia 1 de novembro de 2023, encaminhando o atendimento para o Hospital de São João, no Porto.

Refira-se que, mais de 520 mil pessoas, de 12 municípios, são abrangidas por estas duas unidades de saúde.