O PSD de Paços de Ferreira está contra a passagem da gestão do Gabinete de Apoio à Vítima (GAV) para a alçada da autarquia alegando que foi “dispensada uma instituição especializada” e “com o know-how garantido nesta problemática”, como é a Associação de Apoio à Vítima (APAV), a responsável por aquela valência municipal.
Na sua página de Facebook, a oposição acusa a maioria de ter optado por um caminho que “prejudica o trabalho em rede social”, numa postura que mostra que “PS quer mandar em tudo, sendo incapaz de confiar nas instituições e seus técnicos, desvalorizando o que não é controlado pela máquina socialista”.
Instado pelo Verdadeiro Olhar, o vice-presidente da autarquia lamenta esta conduta do PSD que insiste em “fabricar comunicados atrás de comunicados, com insinuações torpes”, mesmo depois de todo o processo ter sido explicado em reunião de Câmara.
Paulo Ferreira não deixa de sublinhar o trabalho feito pela APAV, mas sustenta que a autarquia “está hoje capaz de garantir este serviço à população, alargando a sua valência e actuação”. “Com os colaboradores do Município, qualificados e dedicados à causa pública, é possível melhorar a prestação de serviço à população, com mais celeridade e melhor acompanhamento”, defende.
Mas estes argumentos que não convencem o PSD que sustenta que esta matéria é de “grande sensibilidade”, tanto mais que o último relatório do GAV de Paços de Ferreira “apresentava números preocupantes”, com “41 novos processos, 204 activos, 120 atendimentos presenciais, 131 atendimentos telefónicos, 49 diligências e quatro visitas domiciliárias”.
Diz o PSD que, até agora, todos estes casos foram acompanhados “com a maior competência e profissionalismo”, com “respostas adequadas e encaminhamentos dos processos para as autoridades policiais, o Ministério Público, os tribunais e outras instituições”. Razões que levaram a oposição a votar contra esta transferência de competências para o município.
Paulo Ferreira não deixa de questionar esta preocupação actual do PSD, quando esteve “37 longos anos” na governação municipal, e esta matéria “nunca foi prioridade”. Lembra o governante que o GAV foi criado em 2017, na governação PS.
A terminar, o vice-presidente sublinha que o gabinete vai continuar a operar junto da população, tendo como objectivo uma ainda “maior proximidade” e rapidez.