O Partido Socialista de Penafiel vai pedir ao Ministério Público e a outras entidades competentes que analisem a alienação de património municipal aprovada pela coligação Penafiel Quer. Os socialistas estão especialmente preocupados com a venda do antigo prédio da PSP, que ocupa um lugar central na cidade, e que defendem que devia manter-se na esfera municipal. O partido também promete sensibilizar a população para defender este património.
Em conferência de imprensa, os vereadores do PS voltaram a acusar o executivo PSD/CDS de não estar a acautelar o interesse público num acto de “má gestão”.
André Ferreira e Fernando Malheiro lembraram que esperavam uma mudança de posição na reunião de executivo extraordinária que convocaram para a passada segunda-feira e que visava a reversão do processo de venda. O que não aconteceu. “A coligação está a favor da venda de património. O PS é contra”, resumiu André Ferreira.
Para o vereador trata-se de falta de coerência do presidente da Câmara Municipal de Penafiel. “Há um ano atrás disse que a câmara estava de boa saúde financeira e abriu mão de dois empréstimos”, disse, defendendo que quem não precisa de dinheiro, não vende “ao desbarato”, como está a acontecer. “E como é que estão de boa saúde financeira se demoram mais de 200 dias para pagar a fornecedores”, questiona ainda.
Por outro lado, André Ferreira considera “anedótico” o argumento usado pelo executivo liderado pela coligação para vender o património em questão. “Os fundos comunitários não podem justificar tudo”, defendeu, apelando a que a autarquia revele as obras que pretende fazer.
“Vamos fazer tudo para que a reversão aconteça, até às últimas consequências. Queremos que o antigo posto da PSP possa ser usufruído pela população. O prédio não está degradado e achamos que este é um erro estratégico para a cidade de Penafiel e que a população tem o mesmo sentimento”, disse o autarca.
“Esta venda de património é um acto político, mas actos políticos também podem ser escrutinados”, acrescentou André Ferreira, adiantando que o PS pondera avançar para o Ministério Público e para outras entidades competentes pedindo que analisem este acto de gestão. Além disso, vão sensibilizar a população para que se una na defesa daquele património.
Os socialistas deixam ainda no ar que alienar património municipal a um ano de eleições autárquicas pode ser forma de angariar verbas para colocar no terreno obras eleitoralistas.
O PS também diz não entender como é que um espaço daquela dimensão e importância para a cidade foi a hasta pública com um valor base de apenas 238 mil euros. O edifício da antiga PSP acabou vendido por 425 mil euros.
A novela sobre a alienação deste património já se arrasta desde a semana passada.
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