Depois de o Verdadeiro Olhar ter divulgado os últimos dados da Direcção-Geral das Autarquias Locais sobre o prazo médio de pagamento dos municípios no final de 2019, que colocam Penafiel como a quinta Câmara do país que mais tempo demora a pagar, o PS enviou um requerimento ao presidente da autarquia questionando qual é o plano da Câmara para reduzir este prazo.

“Tendo em conta que o município de Penafiel é o quinto pior do país e o pior do distrito do Porto em matéria de pagamento a fornecedores, demorando em média 278 dias a honrar os seus compromissos, qual é o plano da Câmara Municipal de Penafiel, para reduzir este prazo para um número nunca superior a 30 dias, permitindo assim às nossas empresas terem a liquidez necessária a atravessar este período negro e a assegurar a manutenção dos postos de trabalho no nosso concelho”, pergunta Nuno Araújo, pelo grupo municipal do PS na Assembleia Municipal.

O socialista apela ainda a que a autarquia seja transparente quanto a um empréstimo recentemente assumido: “tendo a Câmara Municipal de Penafiel contraído no corrente mês um empréstimo de curto prazo de dois milhões de euros para dar resposta ao fenómeno epidemiológico Covid-19, urge que o município disponibilize no seu site institucional, um mapa detalhado de todas as rubricas que traduzirão o destino deste avultado empréstimo, para que as empresas e famílias penafidelenses possam saber como beneficiar do mesmo”.

O Partido termina o requerimento reiterando a “disponibilidade, para em cooperação com a Câmara Municipal de Penafiel, trabalhar na construção das soluções que possam traduzir a reposta às questões colocadas”.

Contactada, a Câmara Municipal de Penafiel começa por criticar que um requerimento “com insinuações e informações erradas” tenha sido distribuído à imprensa apenas duas horas depois de ter sido enviado,” sem que fosse dado tempo para analisar e responder”.

“Assim se vê e regista o ‘espirito de colaboração” prometido pelo PS local durante a pandemia do COVID-19”, alega o executivo liderado por Antonino de Sousa.

Quanto aos prazos registados pelo relatório da DGAL, o município sustenta que “só podem constituir um erro matemático, grosseiro” por parte daquela entidade, à qual já foram pedidos esclarecimentos.

“Não é necessário ser especialista, na matéria, para se perceber que ao nível de prazos de pagamento é impossível passar de 114 dias para 255 em apenas três meses”, defende o autarca penafidelense.

Numa resposta mais política, Antonino de Sousa diz que o PS pode “ficar descansado, quanto ao requerimento que se apressou fazer chegar à comunicação social, e quanto às contas do município”. “Afinal a verdade vem sempre ao de cima”, afirma.

“Numa altura em que Penafiel e Portugal enfrentam uma das maiores crises de sempre, gerada pelo COVID-19, há quem escolha fazer política, a qualquer custo, e depois há quem opte por dedicar-se a ajudar as famílias e as empresas penafidelenses”, conclui o autarca na resposta enviada.