Penafiel é uma terra rica pela sua gente, pelo seu património, pela sua história, mas também pela sua gastronomia.
Comecemos pela Lampreia: decorrida a Rota da Lampreia, foi a vez do Festival, em pleno cais de Entre-os-Rios.
Esta iguaria sazonal atrai cada vez mais gente a Penafiel para provar a Lampreia à moda de Entre-os-Rios: com arroz ou à bordalesa. Acompanhei de perto o festival e pude conversar com várias pessoas que chegavam de longe para provar a nossa lampreia.
O trabalho que o Municipio tem vindo a fazer em matéria de produtos locais, como forma de estimular a microeconomia, é exemplar. Isso vê-se na dinâmica que temos em Penafiel, quer a nível das iniciativas organizadas, quer a nível de grupos de cidadãos que se juntam para promover determinados produtos, como são disso bom exemplo as nossas Confrarias.
Em Penafiel, temos a Confraria do Melão Casca de Carvalho, outro produto sazonal; a Confraria do Presunto e da Cebola do Vale do Sousa; a Confraria do Caldo de Quintandona e, mais recentemente, a Confraria da Lampreia de Entre-os-Rios. Para além destas, está já formada, mas ainda sem apresentação publica, a Confraria da Sopa Seca de Duas Igrejas.
Portanto, está bom de ver que com estes produtos podemos fazer um belo repasto local: começamos com umas entradas de melão com presunto e uma cebola salgada e vinho tinto; avançamos para um caldinho de Quintandona e, de seguida, uma boa lampreia. Fechamos com uma deliciosa sopa seca de Duas Igrejas. Pena é que não consigamos ter o melão casca de carvalho e a lampreia na mesma altura, mas em teoria funcionaria plenamente!
Refira-se que há trabalho sério à volta da actividade das Confrarias. No caso do Melão Casca de Carvalho, por exemplo, decorre um estudo das várias formas de utilização do melão e a sua conservação fora da época, nomeadamente em aromas de iogurtes, rebuçados ou chiclets; gelados, entre outros. Esse trabalho está a ser desenvolvido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
No caso da Confraria do Presunto e da Cebola do Vale do Sousa, têm estado a trabalhar na certificação da cebola garrafal e conseguiram já a sua inscrição no catálogo nacional de variedades e a Escola Agricola do Marco de Canaveses, parceira no projecto, assegurará a sua preservação de origem e a sua reprodução. Estão agora na fase da concepção das saquetas para comércio da semente de cebola garrafal.
Há várias formas de promovermos o que é nosso. Basta termos conhecimento, vontade e, acima de tudo, orgulho no que somos, de onde vimos e no que temos!
Uma Santa Páscoa para todos!