Sobrinho Simões e Nelson Oliveira, vereador da autarquia de Lousada

O município de Lousada criou, em 2024, o “Prémio Dr. Mário Fonseca”, no valor de 20 mil euros, para investigação científica nas Ciências da Saúde.

A iniciativa, que pretendeu homenagear o lousadense conhecido como o médico do povo que dedicou toda a sua vida à medicina e ao apoio clínico dos mais desfavorecidos, tem como principal objetivo “promover a investigação científica na área das Ciências da Saúde”.

Com este projeto, Lousada tornou-se a primeira autarquia do país a criar e financiar um prémio nesta área. É certo que a investigação no âmbito da saúde em Portugal tem passado por momentos de grandes desafios, fruto, sobretudo, da ausência de investimento e apoios ou incentivos aos profissionais que, muitas vezes, têm de trabalhar em outros países. O que é pena, porque temos excelentes profissionais e uma produção científica e académica notável, mas faltam apoios para que se possa pôr em prática.

Mário Fonseca, que faleceu em 2012, assumiu-se assim como uma referência incontornável da história recente do concelho. Clínico devotado e de grande competência, muito dedicado aos doentes, numa relação de grande humanismo e solidariedade, era justamente conhecido por “Médico do Povo”.

E nada melhor do que homenagear este médico através de um prémio que pretende contribuir para que a investigação em Portugal tenha impacto global. E para isso, sem dúvida, tem que ser permitido aos investigadores trabalharem. Porque a investigação na área da saúde é fundamental para o bem-estar atual e futuro da sociedade, contribuindo para descobertas significativas em prol da humanidade. Lousada mostrou que prioriza a prevenção e, com este prémio, está a promover uma política de saúde e não de doença. E, neste caso concreto, temos a ciência a orientar as decisões políticas, porque todos deveriam perceber que é mais económico fazer a prevenção do que tratar a doença.

Melhoria da mobilidade para invisuais, Valongo

Foto: Márcia Pimparel Vara

A Câmara Municipal de Valongo convidou pessoas com mobilidade reduzida para fazerem um percurso a pé em Ermesinde. Ainda há muitos obstáculos que o município quer destruir. O pior é mesmo a falta de civismo de alguns automobilistas que atiram os carros para cima dos passeios impedindo a circulação. Mas, a autarquia assegurou que a Polícia Municipal vai entrar em ação e a ordem é para multar.

Aliás, a autarquia tem prevista uma intervenção no espaço urbano denominada “Projeto Nova Gandra”, subordinada ao tema “viagens”, onde estão previstos parques infantis e zonas onde os mais velhos possam aproveitar o espaço público a par com os mais novos, aparcamento e reorganização do que já existe, alargamento de passeios, mais iluminação e até a colocação de vasos pintados que serão espalhados pelos bairros.

Sandra Lameiras, administradora da OPT, Optimização e Planeamento de Transportes, uma spin-off da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto que se dedica ao sector da mobilidade e transportes, abordou as linhas mestras do projeto que pretende, acima de tudo, criar um espaço mais inclusivo, ou seja, adaptado às sugestões de quem, todos os dias, circula por aquele espaço e tem a mobilidade reduzida ou condicionada.

É verdade que “é preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não sairmos de nós”, como escreveu José Saramago, no Ensaio Sobre a Cegueira. Uma máxima seguida pela Câmara Municipal de Valongo que optou por sair dos gabinetes e foi para a rua para escutar a comunidade e perceber as dificuldades de quem, todos os dias, circula nas zonas urbanas, porque só planeando e envolvendo todas as pessoas é que se consegue construir um espaço para todos.

A deficiência ou a limitação não podem constituir entraves à vida. Porque onde vão uns têm que ir todos. E, com esta iniciativa, a Câmara Municipal de Valongo mostra que percebeu isso.

Projeto ‘Gigantes Verdes’, Lousada

O Projeto Gigantes Verdes, que nasceu em 2018 no município de Lousada, recebeu o prémio do Programa EDP Energia Solidária, num valor a rondar os 100 mil euros. Este é um reconhecimento que valoriza e promove a expansão de um trabalho que protege as árvores com mais de 1,5 metros de perímetro de tronco medidos a 1,3 metros do solo, ou seja, que um adulto não consiga abraçar e cuja presença é essencial para a biodiversidade local. A Gigantes Verdes é gerida pela VERDE, a Associação para a Conservação Integrada da Natureza.

A sua génese inclui a promoção de soluções sustentadas em eficiência energética, energias renováveis, inclusão energética, economia circular, proteção do património natural e mobilidade sustentável, tendo como alvo populações em situação de vulnerabilidade.

Com esta verba, vai ser possível expandir a iniciativa a 10 concelhos, abrangendo a região do Vale do Sousa, com a ajuda da ADERSOUSA, as Serras do Porto e um conjunto de municípios pioneiros no distrito da Guarda. Lousada, Penafiel, Paredes, Valongo, Gondomar, Felgueiras e Paços de Ferreira, assim como Seia, Manteigas, Fornos de Algodres e Sabugal são os municípios envolvidos.

Embora seja regiões muito distintas, todas enfrentam desafios sociais e económicos diferentes que impactam a gestão do território e da biodiversidade florestal. Por isso, este projeto agora apoiado subscreve as linhas de uma verdadeira política de defesa da natureza colocando a riqueza natural num dos principais patamares dos interesses nacionais. E este prémio, não é uma vitória do projeto, nem da associação ou do município, mas da natureza.

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