O objectivo é simples: levar companhia a quem está sozinho e isolado. Não há dinheiro envolvido, nem apoios de outras naturezas. Para isso já existem outras respostas, defende a presidente do Rotary Club de Paredes.
“É preciso ajudar com a alimentação, ajudar a pagar contas e comprar medicamentos, mas queremos ir mais além. Este apoio emocional é tão ou mais importante que os outros”, sustenta Marta Ferreira.
Para isso, o Rotary está a lançar o projecto “Rotary no Combate ao Abandono Social”, que pretende levar para o terreno já em Janeiro de 2017, dando apoio a quem vive sozinho e isolado emocionalmente, sobretudo nos casos em que não há rectaguarda familiar, em que as pessoas não têm visitas ou não saem de casa.
O Rotary vai criar uma rede de voluntários, sendo que cada um vai apadrinhar um destes paredenses em situação de isolamento já sinalizados pela Câmara Municipal de Paredes. “A verdade é que estas pessoas estão escondidas, não são fáceis de sinalizar. Percebemos isso na reunião que tivemos com o município”, explica Marta Ferreira. O primeiro grupo de intervenção, porque já está identificado, serão os idosos que dispõem do serviço de teleassistência fornecido pela autarquia.
Os voluntários vão receber formação, até porque é preciso “cautela” ao lidar com sentimentos, e vão ser a companhia de quem está sozinho. “Tudo passa por criar laços de carinho e cuidado. Essa companhia pode passar por telefonar, fazer uma visita, ir buscar a pessoa para lanchar”, exemplifica a presidente do Rotary Club de Paredes.
Estes voluntários poderão, no decurso do seu trabalho, identificar outras necessidades que encaminharão para as respostas já existentes, muitas delas já asseguradas pela Câmara Municipal.
Querem começar com um pequeno grupo de teste e depois ir crescendo. “Se o projecto for bem sucedido pode até ser alargado a clubes rotários de outros concelhos”, antecipa Marta Ferreira.
“É desafiante. Era mais fácil recolher verbas e oferecer cabazes. É mais fácil dar dinheiro do que despender do nosso tempo”, conclui.